LAVOURA MENOR COM RENDIMENTO MAIOR

Na concorrência direta com a soja, o milho perdeu espaço nesta safra e a produção gaúcha deve ficar em 5,48 milhões de toneladas – queda em torno de 14% em relação à colheita anterior que atingiu 6,36 milhões de toneladas. Esse desempenho é explicado na redução da área plantada que na temporada 2013/14 foi de 1,25 milhão de hectares e agora não ultrapassou 1,05 milhão de hectares. O resultado da colheita foi amenizado pela produtividade que passou de 84 sacas/ha (5.060 kg/ha) para 86 sacas/ha (5.200 kg/ha) no período 2014/15, de acordo com a projeção da Consultoria Safras & Mercado. O produtor rural, Irio Bohrz, comprova essa tendência – a área cultivada com o cereal diminuiu de 510 hectares para 430 hectares nesta safra, mas o rendimento da lavoura foi muito superior: no sequeiro a média esperada é acima de 150 sacas/ha (9.000 kg/ha) contra as 60 sacas/ha (3.600 kg/ha) obtidos na safra passada, quando a cultura foi castigada pela seca.

- Fizemos um investimento normal, o clima também foi normal e a colheita foi boa – avalia.

O agricultor revela que na área plantada na localidade de Ivaí, no interior de Tupanciretã o clima foi normal, apenas nos campos em Passo da Divisa, no interior de Cruz Alta, faltou um pouco de chuva no fim de novembro. Situação bem diferente das lavouras na região de Ibirubá em direção a Santa Bárbara do Sul. Segundo o engenheiro agrônomo da Löser Cereais, Anildo Carboni, algumas propriedades ficaram mais de 30 dias sem umidade.

- Faltou chuva justamente nas fases críticas da planta: durante o penduamento e enchimento do grão, de novembro para dezembro – relata o agrônomo.

Nas lavouras do agricultor, Ivo Schmiedt, em Não-Me-Toque, a produção também disparou: longe da estiagem que na safra 2013/14 deixou a produtividade em 118 sacas/ha (7.080 kg/ha), neste ano, a colheita chegou a 180 sacas/ha (10.800 kg/ha) nos 312 hectares plantados. A média só não foi maior porque em 58 hectares, plantados em 19 de agosto, faltou chuva durante a época de pré-penduamento e polinização, no mês de novembro.

- Tirando o atrapalho de uma pequena área no 1º plantio, o clima foi 100%, até acima do esperado – reitera o gerente da propriedade, Valmor Hupps.

O técnico agrícola da Sementes ROOS, Luan Briancini, revela que os plantios realizados mais tarde na região de Nâo-Me-Toque, a partir do início de setembro, estão produzindo melhor e algumas áreas no sequeiro ultrapassam 200 sacas/ha (12.000 kg/ha).

- Foi uma safra boa em grãos, mas o preço não está ajudando muito – ressalta Luan.



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