A iniciativa foi possível após consultorias gerenciais, ambientais e de engenharia de alimentos, realizadas pela coordenadoria regional extremo oeste do Sebrae/SC, por meio do Projeto de Desenvolvimento Econômico e Territorial (DET), implementado no município com a parceria da Prefeitura Municipal.
O leite tipo A é ordenhado, resfriado e envasado na própria fazenda, o que possibilita garantir qualidade em todas as etapas do processo. O projeto para fabricação do produto, segundo o empresário Adélio Geller, teve início em meados deste ano com as consultorias e capacitações, o que possibilitou planejar, realizar pesquisas de viabilidade e de custos e colocar a produção em prática. “A ideia é comercializar, a partir deste mês, de 500 a 1500 litros de leite tipo A e derivados por dia”, enfatiza o empresário que atuava somente na produção de nata.
Com a ampliação na linha de produtos, serão oferecidos ao mercado consumidor do município produtos como leite pausteurizado tipo A integral, leite pasteurizado tipo A semi-desnatado, leite tipo A desnatado, iogurtes, entre outros. “Se não fosse o apoio do Sebrae, não teríamos investido em novos produtos”, observou Geller.
Para a industrialização dos derivados lácteos, Geller e a esposa contam com uma propriedade rural de 40 hectares, com 40 vacas, que produzem 818 litros de leite por dia. Além disso, possuem 45 novilhas – metade entrará lactação no mês de março ou abril e outra metade será inseminada.
O prefeito municipal de Itapiranga, Miton Simon, destaca que o Projeto de Desenvolvimento Econômico e Territorial representa uma excelente oportunidade para a Milk Geller agregar valor ao produto in natura, respeitando a vocação familiar. “As ações até o momento permitiram, ao empresário, vislumbrar outras possibilidades de agregação de valor ao produto. Além de trabalhar na diferenciação do produto, buscou desenvolver uma rotulagem e marca adequada, condizente com a agricultura familiar. Por fim, está auxiliando a família no passo a passo para atender ao check list de documentos exigidos nas diferentes legislações vigentes”.
Simon lembra que a propriedade familiar é a mais antiga em produção de leite do município de Itapiranga, com mais de 40 anos na atividade. Foi estruturada com assistência técnica da antiga Acaresc, hoje Epagri, e da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente de Itapiranga para a produção de leite, objetivando o atendimento aos consumidores da cidade. “Podemos afirmar que essa propriedade sempre procurou viabilizar a produção, objetivando um padrão de excelência na qualidade do leite, investindo alto na alimentação, manejo, genética, sustentabilidade, no quesito bem-estar animal, água, solos e respeito ao meio ambiente, alcançando excelentes índices de produtividade”.
Segundo o prefeito, Itapiranga e região contam com uma bacia leiteira consolidada e, muitos produtores, estão em estágio de mecanização da produção com instalações modernas, mão de obra qualificada e custos reduzidos, o que maximiza os lucros. “Salientamos que Itapiranga possui vocação para a produção de leite com uma das maiores produtividades do mundo por Km2. O investimento na agregação de valor, através de unidades familiares, permite aos produtores como a empresa Milk Geller, buscar mercados locais, merenda escolar e outros nichos de consumidores”, conclui.
DET em Itapiranga
O diretor da Indústria, Comércio e Turismo de Itapiranga, Alexandre Siqueira, ressalta que o Projeto de Desenvolvimento Econômico e Territorial tem apresentado importantes resultados no município. “Neste ano, as consultorias individuais e capacitações realizadas, por meio do DET, estão alinhadas de acordo com as demandas, beneficiado as empresas”.
Segundo Siqueira, entre as principais atividades estão capacitações, consultorias individuais do PAS – Programa Alimento Seguro, o Crescendo e Empreendendo em parceria com o CRAS, ações na área do turismo como os cursos do kit “Na medida” formado por um conjunto de soluções planejadas de acordo com as necessidades dos empresários, entre outras ações.
O DET é destinado aos empreendedores individuais, empresas de pequeno porte, microempresas, potenciais empreendedores e produtores rurais. O objetivo é dinamizar a economia regional por meio do atendimento aos pequenos negócios, visando contribuir com o desenvolvimento econômico e a transformação da realidade local.
Segundo o analista técnico da coordenadoria regional extremo oeste do Sebrae/SC, Arildo Jacóbus, o projeto seguirá até 2017 visando desenvolver e fortalecer as atividades produtivas – oportunidades e vocações locais e contribuirá com a inclusão produtiva e a geração de novos negócios. Além disso, a ideia é promover um ambiente de negócios favorável por meio da Lei Geral das MPEs.
O coordenador regional extremo oeste do Sebrae/SC, Udo Martin Trennepohl, destaca que o foco estratégico é ampliar o atendimento com excelência aos pequenos negócios por meio da assistência técnica focada em gestão, inovação, acesso a novos mercados e serviços financeiros. "Queremos criar um ambiente favorável aos pequenos negócios e dinamizar as empresas locais gerando fortalecimento da economia e o aumento da competitividade do território”, encerra.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Canal do Produtor