A safra 2015/16 de cana-de-açúcar que se encerra no dia 31 de março trouxe para os produtores alguns prejuízos criados pela ação do El Niño. A diminuição no Açúcar Total Recuperável (ATR) e o menor aproveitamento dos canaviais foram apenas alguns dos problemas causados pelo fenômeno climático.
Com o El Niño perdendo força, o clima dos canaviais pode sofrer influência da La Niña, fenômeno que altera as condições climáticas, deixando o tempo mais chuvoso no Norte e mais seco no Sul do Brasil.
Porém, para Bruno Freitas, economista da consultoria DATAGRO, este evento climático pode ser favorável para as plantas.
- Não temos a percepção de que haverá perdas por conta do La Niña. Pelo contrário. Há expectativa de que o fenômeno promova um tempo menos chuvoso no último trimestre da safra, o que beneficiaria a concentração de sacarose na cana – falou.
Outro impacto positivo seria melhor aproveitamento no campo, o que possibilitaria um volume maior na moagem da cana.
Segundo o economista da DATAGRO, a presença desse fenômeno nos canaviais ainda não está confirmada.
- Há chances de influência da La Niña. Num primeiro momento esperamos clima menos chuvoso no final do ano no Centro-Sul e mais chuvoso no Norte e Nordeste – avalia Freitas.
Sobre os impactos do fenômeno nos preços das demais commodities derivadas da cana, Freitas diz que ainda é cedo para uma análise detalhada.
- Caso a seca não seja tão severa no final do ano no Centro-Sul, há chances de que a La Niña ajude na concentração de açúcares, o que beneficiaria a produção de açúcar. Contudo, não podemos dizer que isso vá influenciar nas cotações – disse.
Ainda de acordo com o economista, as ações do El Niño ainda estão presentes no clima, mas com menos força em relação ao ano passado. Dados da DATAGRO apontam que safra de cana no Centro-Sul possa atingir 625 milhões de toneladas em 2016/17.
Fonte: Datagro