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Jovem assume propriedade da família com apenas 16 anos

Ainda muito novo, José Eduardo Camiloti Orsini assumiu o comando da propriedade da família no município de Barra do Jacaré, na região do Norte Pioneiro. Na ocasião, seu pai precisou se retirar para trabalhar em outra localidade e coube ao jovem tocar as lavouras, a bovinocultura de corte e a avicultura. “Só não mexia na parte financeira. Os serviços e a lida com os funcionários eram comigo”, lembra Orsini, hoje com 21 anos.

Na época em que colocou sua maturidade à prova, Orsini tinha 16 anos, pouca experiência prática e muitas dúvidas sobre a própria capacidade. Diante dos desafios, o jovem buscou conhecimento por meio dos vizinhos, produtores mais experientes e outras fontes de informação que ajudassem a abrir seus horizontes. “Independentemente se é grande ou pequeno produtor, conversar com pessoas mais experientes e com profissionais diferentes foi muito importante”, conta o jovem.

Outro acerto foi buscar o conhecimento formal, por meio de um curso universitário de Agronomia, iniciado em 2018, e das capacitações do SENAR-PR, como o título Manejo Integrado de Pragas (MIP), que serviu de complemento para a agricultura sustentável praticada na propriedade.

Maturidade e dedicação de José Eduardo se refletiram em resultados na lavoura

Logo na primeira safra sob seu comando, a produtividade da lavoura de milho aumentou de 42 para 62 sacas por hectare. O segredo, segundo Orsini, foi apostar na correção de solo. Depois vieram outros avanços, como a substituição dos fertilizantes químicos pela cama e aviário (já à disposição no local) e a redução das aplicações de inseticidas utilizando os conhecimentos do MIP. “Onde se faziam três, quatro aplicações por safra, teve talhão que não fizemos nenhuma. E sem perda de produtividade”, afirma.

Plantas de cobertura, adubação orgânica e consórcio do milho com a braquiária foram outras técnicas que Orsini foi incorporando às lavouras da família com excelentes resultados. A cada nova conquista, seu pai aumentava sua liberdade para tomar decisões.

“Colho o milho, faço análise de solo, entro com calcário e gesso e faço adubação por sistema. Aí já vêm as plantas de cobertura. Desde que comecei com esse sistema já aumentamos cinco vezes a matéria orgânica do solo”, conta o jovem.

Diante desse resultado, o pai, que acompanhava de longe as decisões do filho, passou para ele a administração de dois dos cinco aviários existentes na propriedade. “Hoje toco a avicultura com grande independência”, afirma Orsini, que equipou seus barracões com o que há de mais moderno na área, inclusive painéis fotovoltaicos para aproveitar energia solar.

Ele reconhece que seu caso não é regra na maioria das propriedades rurais. “Tenho bastante contato com filhos de produtores, até dentro da família, e há vários casos em que atrasou a sucessão familiar e a parte da geração mais jovem acabou desanimando, por falta de oportunidades. Meu caso é um ponto fora da curva. Muito disso veio do pai e do meu avô, que sempre me incentivaram. O caminho é o diálogo”, corrobora.

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Fonte: Sistema FAEP



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