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ISRAELENSE NETAFIM LEVA AGRICULTURA DE PRECISÃO PARA O GOTEJAMENTO

No caminho dos demais setores do agronegócio, quando as análises da lavoura estão cada vez mais finas para reduzir gastos, a Netafim, líder no mercado de irrigação por gotejamento, trouxe uma tecnologia de Israel – o berço do setor – com agricultura de precisão adaptada ao gotejo.A ferramenta compõe um conjunto de estratégias para atingir a meta de crescimento de 30% nas vendas do ano.

Em entrevista ao DCI, o presidente da empresa para o Mercosul, Alexandre Gobbi, conta que nos últimos 6 meses foram destinados cerca de US$ 10 milhões em recursos para o desenvolvimento da Tecnologia de Gerenciamento de Culturas (CMT, na sigla em inglês). A ferramenta já existia e foi aprimorada para ter o desempenho ideal na agricultura , diz.

O líder participou de um encontro entre distribuidores da Netafim, na semana passada, no Guarujá, litoral paulista.

Segundo o executivo, trata-se de uma tecnologia nova no Brasil. O sistema monitora a planta e, ao detectar que houve evaporação, liga automaticamente a água e direciona apenas a quantidade necessária. Com o controle de dados em nuvem, o produtor rural pode acompanhar remotamente todo o processo. No caso da fertirrigação, além da economia de água, o agricultor reduz custos com adubo.

Otimização da água

Além da diminuição das despesas no campo, o gotejo otimiza o uso da água. Em 2015, a crise hídrica foi um dos fatores que colaborou para segurar os resultados comerciais do setor. A exemplo disso, a Netafim registrou aumento de 10% em vendas. Gobbi lembra que esta foi uma das únicas empresas afiliadas à Associação Brasileira da Indústria de Maquinas e Equipamentos (Abimaq) que reportou desempenho positivo. Em moeda local, houve crescimento de 7,8%.

De acordo com a empresa, o gotejamento gera economia de 30% no uso da água e energia em cereais. No arroz, comumente irrigado por inundação, a produtividade pode ter um incremento de 70%.

Apesar dos números no azul, Gobbi lembra que a estimativa inicial era avançar 13% nas vendas do ano passado, mas a crise econômica travou parte dos investimentos dos produtores. Temos que ter muito cuidado, porque reportamos nossos resultados em moeda estrangeira . Em função disso, decidimos lançar um conjunto de estratégias financeiras para 2016 , justifica o presidente.

Moeda de troca

Entre os próximos passos está a adoção do barter nas operações com café. A estratégia em que o produtor utiliza a commodity como forma de pagamento deve compor cerca de 30% dos negócios da empresa na cultura em um futuro próximo , estima o executivo.

Dos resultados do ano passado, só o café, cultura mais rentável para a Netafim, respondeu por R$ 28,54 milhões no faturamento anual.

[O barter] será um processo de triangulação. O produtor vende o grão para a trading e ela faz o pagamento para que o agricultor adquira os equipamentos de irrigação , explica.

As operações de barter são comuns em diversos setores do agronegócio e se intensificaram a partir do ano passado, paralelas ao aprofundamento da crise econômica.

Em geral, a diminuição da margem de lucro dos produtores limitou investimentos. No intuito de reduzir as perdas, os fornecedores de insumos passaram a aceitar as commodities como moeda de troca nos pagamentos.

Trouxemos as experiências de outros setores para a irrigação. As máquinas agrícolas são um exemplo de indústria que entrou no barter , afirma Gobbi. A primeira fabricante de maquinário que adotou este sistema de triangulação foi a New Holland, do grupo CNH Industrial. A companhia contou com a participação da consultoria Unibarter no processo de implantação, agora os mesmos especialistas darão apoio à Netafim.

Outras estratégias

Para a cana-de-açúcar, foi lançado um projeto-piloto de lucro compartilhado. A gente banca o custo do projeto de irrigação, por exemplo, 50% do que ele lucrar com a safra vai para o pagamento até que ele seja finalizado. Mas também chamo de risco compartilhado, porque se o produtor tiver algum problema e não lucrar, ele também não paga , comenta.

Como este é um sistema feito com o capital de giro da Netafim, as lavouras participantes passarão por processo de auditoria da empresa para respaldar quaisquer perdas na lavoura e o andamento da safra em geral.

Fonte: Nayara Figueiredo, do DCI

Fonte: Canal do Produtor



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