A produção de cítricos cresce no Rio Grande do Sul de olho em melhorar a estratégia para se tornar mais rentável. Outra bandeira é a garantia de preço mínimo à laranja, principal expoente da citricultura no Estado.
Coordenador estadual de fruticultura da Emater, Antônio Conte ressalta que a safra atual é boa e deve garantir volume parecido com o de 2014 — o processamento industrial se intensifica de junho a setembro.
— E o cenário poderia ser bem melhor, pois hoje a nossa indústria tem 50% da capacidade ociosa.
O coordenador da Câmara Setorial de Citricultura, Paulo Lipp João, pondera que a garantia de preço mínimo para a laranja, obtida no ano passado e ainda pendente para 2015, é vital para crescer mais:
— Foi a primeira vez que o Estado foi contemplado, com R$ 0,28 por quilo, enquanto a média paga pela indústria era de R$ 0,20. Mas como o governo ainda não confirmou para este ano, o setor está preocupado – disse.
Diante disso, Conte aponta a especialização na venda de fruta de mesa e a redução de barreiras entre campo e consumidor, por meio de integração com o varejo, como caminhos para buscar rentabilidade:
— Manter um padrão de tamanho e qualidade e se aproximar do consumidor são pontos cruciais para consolidar novas frentes. O problema é que a maioria é pequeno produtor, independente e sem regularidade de estoque, apesar de a fruta ter sabor melhor e ser mais colorida do que a de São Paulo, maior produtor do país – afirmou o coordenador.
Ele ainda destaca outras opções, como a já consolidada produção de frutos de mesa na entressafra — com preço até cinco vezes maior e que soma cerca de 2 mil hectares de bergamota e laranja na Serra — e frutas sem semente para consumo in natura — com perfil empresarial, concentrada em Santa Margarida do Sul e Rosário do Sul.
Sobre a bergamota, Lipp salienta que o RS tem a maior área plantada do país e vem aumentando a venda para outros Estados, com volume já atingindo 20% da produção:
— E tem potencial no Nordeste e Norte, em que só não estamos chegando por questões logísticas – disse.
Fonte: Zero Hora