Goiânia / Goiás (02 de dezembro de 2015) – Produzir mais alimentos, fibras e ainda realizar serviços ambientais. O sistema integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) é uma das poucas tecnologias que possibilitam conciliar essas duas demandas do mundo. A adoção desse método nas diferentes regiões do país foi tema, na última semana, de uma mesa redonda. O evento, realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ocorreu na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e contou também, com uma troca de experiências entre jornalistas, que lidam diariamente com a cobertura do agronegócio e agropecuária em Goiás.
Segundo o superintende do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (SENAR/Goiás), Eurípedes Bassamurfo, que na ocasião, representou o presidente da FAEG, José Mário Schrainer, o agronegócio no Brasil, caminha cada vez mais para uma produção sustentável. “O produtor rural, tem que ter em mente, que o melhoramento e o avanço da produtividade nos próximos anos, serão por meio da preservação ambiental. Hoje é possível aumentar a área sem derrubar nenhuma árvore, tudo por meio do iLPF”, salientou Bassamurfo.
Para os próximos dez anos, segundo o pesquisador da Embrapa, Flávio Wruck, que na ocasião apresentou aos presentes os métodos do ILPF, o cenário para os sistemas integrados no Brasil será de 10 milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas. Com Integração Lavoura-Pecuária, Integração Lavoura-Floresta, Integração Pecuária-Floresta e iLPF, o aumento poderá ser cerca de 45 milhões de toneladas na produção de grãos. “O crescimento anual poderá ser de 1,5% a 2% na produção de grãos e carne”, destacou Wruck.
De acordo com Wruck, o iLPF promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas agregando, na mesma propriedade, diferentes sistemas produtivos, como os de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia. “Além disso, busca melhorar a fertilidade do solo com a aplicação de técnicas e sistemas de plantio adequados para a otimização e a intensificação de seu uso. Dessa forma, permite a diversificação das atividades econômicas na propriedade e minimiza os riscos de frustração de renda por eventos climáticos ou por condições de mercado”.
A integração também reduz o uso de agroquímicos, a abertura de novas áreas para fins agropecuários e o passivo ambiental. Possibilita, ao mesmo tempo, segundo o pesquisador, o aumento da biodiversidade e do controle dos processos erosivos com a manutenção da cobertura do solo. Aliada a práticas conservacionistas, como o plantio direto, se constitui em uma alternativa econômica e sustentável para elevar a produtividade de áreas degradadas.
Para o pesquisador, as pesquisas sobre a integração do iLPF avançam, além do interesse frequente dos produtores rurais em adequar sua propriedade por meio de técnicas cada vez mais sustentáveis. “Há um interesse crescente em saber como são e como funcionam os sistemas integrados. De fato, tudo ainda é muito novo, por isso é de fundamental importância a orientação e a capacitação correta estimulando essas novas tecnologias”, aponta o pesquisador da Embrapa.
Bate-papo
Ao longo da programação, os jornalistas convidados, como a editora da Revista Safra, Carla Guimarães e o jornalista Márcio Venícius, apresentador do Jornal do Campo, na TV Anhanguera, falaram sobre os caminhos na produção de notícias agropecuárias em Goiás, além de novos modelos que permitem o avanço do setor no estado de forma sustentável e integrada, para um público que em sua maioria, foram de jornalistas e estudantes de jornalismo, técnicos, extensionistas e profissionais ligados à agropecuária.
Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG
Foto: Fredox Carvalho
Texto: Nayara Pereira
http://sistemafaeg.com.br/
Fonte: Canal do Produtor