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Instrutores do SENAR-PR têm alto nível de formação técnica e acadêmica

Um fator que
nem sempre transparece, mas que está presente nos cursos do SENAR-PR é a
preocupação com a qualidade dos profissionais que ministram as aulas juntos aos
produtores e trabalhadores rurais. Afinal, se uma boa formação pode transformar
a vida para melhor, informações incorretas, desatualizadas e/ou distantes da
realidade produtiva podem ter consequências desastrosas para o futuro de uma
propriedade.

A proposta de
seriedade e compromisso com a qualidade que norteia o trabalho do SENAR-PR tem
atraído um perfil qualificado de profissionais para preencher os quadros de
instrutores da instituição. Isso fica evidente quando analisados os últimos
editais para o credenciamento de instrutores ocorridos em 2019, para cursos na
área de bovinocultura leiteira, tratorista agrícola e classificação de grãos.

No caso do
Edital 3/2019, voltado à Bovinocultura de Leite, foram 70 inscritos, entre
médicos veterinários, engenheiros agrônomos e zootecnistas. Deste total, a
grande maioria possuía pós-graduação e especialização, sendo que havia na
concorrência disputa até um grupo de profissionais com pós-doutorado.

O perfil
qualificado dos candidatos também ficou evidenciado no Edital 2/2019, para
Tratorista Agrícola. Dos 58 inscritos, vários possuem pós-graduação, outros
trouxeram experiência profissional em multinacionais, como Bosch e CNH, sem
falar naqueles com mais de uma graduação em curso superior no currículo.

Da mesma
forma o Edital 1/2019, para cadastramento de instrutores para o curso de
Classificação de Grãos. Além da vários pós-graduados, quase 30% dos candidatos
possuíam mestrado e/ou doutorado.

Para o
gerente do Departamento Técnico (Detec) do SENAR-PR, Arthur Piazza Bergamini, o
perfil encontrado entre os candidatos reforça a visão da instituição de atrair
novos talentos de uma forma transparente, além de horizontalizar o acesso de
profissionais qualificados ao quadro de instrutores. “Esperamos que os editais
cumpram esse papel de aprimorar o processo de atração e credenciamento de
instrutores”, avalia.

Hoje, o
SENAR-PR conta com 397 instrutores cadastrados em seus quadros, sendo em sua
imensa maioria (cerca de 90%) formada por profissionais com – pelo menos –
curso superior. Deste percentual, 2,5% também possuem mestrado, 3% doutorado e
2% pós-graduação.

A rigor este número é maior, uma vez que a atualização dos currículos no sistema do SENAR-PR não é obrigatória, ficando a cargo dos próprios instrutores. Ou seja, como os profissionais do quadro da instituição realizam o cadastro de forma continuada, quando concluem uma graduação, especialização, mestrado, doutorado ou qualquer outro curso, não é possível ter a atualização imediata.

Novos instrutores

Um dos novos
membros deste seleto clube é o jovem Gustavo Ponce Martins, de Cianorte, na
região Noroeste do Paraná, que entrou nos quadros do SENAR-PR por meio do
Edital 2/2019. Engenheiro florestal de formação, Martins conta que o SENAR-PR
sempre esteve próximo da sua realidade, contribuindo de diversas maneiras para
sua formação. “Já conheço o SENAR desde a graduação, além de o meu pai ser
instrutor [do SENAR-PR] há mais de 20 anos. Eu mesmo já fiz mais de 20 cursos,
entre presencial e EaD [Educação a Distância]”, conta.

Ainda segundo
Martins, a base de informação intelectual e técnica adquirida por meio destes
cursos foi muito grande. “Depois de seis anos de formado, acredito que tenho
uma boa base técnica e muita capacidade de trabalho. Além disso sou
agricultor”, avalia, referindo-se ao valor da experiência pessoal na hora de
dialogar com outros produtores rurais que serão seus alunos nos cursos. “Tenho
vontade de passar aquilo que eu apendi, conhecer o produtor e poder melhorar o
dia a dia deles. A gente que está no campo entende a realidade desse público,
convive, conversa, participa de sindicato rural, de cooperativa”, aponta o
futuro instrutor, já com planos de fazer mestrado na sua área de atuação para
continuar agregando conhecimento nos cursos que irá ministrar.

Foco na qualidade

A escolha da
modalidade dos editais públicos de credenciamento como estratégia de prospecção
de novos talentos reflete o cuidado do SENAR-PR com seu quadro de instrutores.
“Essa estratégia permite maior visibilidade de profissionais, que de outra
forma poderiam não entrar no nosso radar. O uso dos editais começou em 2017 e
hoje é a principal porta de entrada de novos profissionais”, avalia Bergamini.

Outro destes
novos profissionais que passam a fazer parte dos quadros da instituição por
meio desta nova modalidade é Mauro Cezar Barbosa, que participou do Edital
1/2019. Seu perfil é um exemplo de como este tipo de processo seletivo permite
o acesso de profissionais de alto gabarito. “Possuo graduação em agronomia,
mestrado e doutorado em produção vegetal, sou especialista em economia e gestão
do agronegócio e tenho pós-doutorado em bioquímica vegetal e bioprospecção”,
elenca.

Sua formação
permite dar aulas em universidades, o que aconteceu nos anos de 2010 e 2011 e
depois entre 2015 e 2019, quando foi professor na Universidade Estadual de
Maringá (UEM) e na Universidade Estadual de Londrina (UEL), respectivamente. A
partir de agora, todo este conhecimento estará à disposição de produtores,
trabalhadores rurais e público alvo do SENAR-PR.

“Estou muito
empolgado. As expectativas são as melhores possíveis devido à nova reestruturação
dos cursos e metodologia de ensino utilizada e balizada para todos os novos e
antigos instrutores. Já realizei alguns cursos do SENAR-PR como participante e
sempre gostei da missão e da metodologia empregadas pela instituição”, avalia.

Barbosa deverá
ministrar aulas no curso de “Classificação de Grãos”, recentemente reformulado
de modo a proporcionar um aprendizado mais prático e com maior carga horária,
para que os produtores e trabalhadores rurais consigam desenvolver a atividade
sozinhos após a formação.

Qualificação contínua

Um exemplo de
profissional que aprimorou suas qualificações acadêmicas quando já estava
dentro dos quadros do SENAR-PR é a instrutora Lidiane Braga, que atua na
regional de Londrina. Formada em agronomia, Lidiane realizou os treinamentos
para dar aulas no programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) em 2007. “Antes
fiquei seis meses acompanhando os instrutores para ver como era a atividade na
prática, além das formações técnicas do SENAR-PR. Só peguei minhas primeiras
turmas em agosto de 2008”, relembra. “Foi muito importante acompanhar os meus
colegas para ver como eles lidavam com o público jovem”, acrescenta.

Edital de Agricultura de Precisão

Até o dia 18
de outubro, o SENAR-PR está com edital aberto para o credenciamento de
profissionais para prestar serviços de instrutoria em cursos na área de
Agricultura de Precisão. Os instrutores selecionados serão responsáveis pela
capacitação de produtores e trabalhadores rurais no uso e operação de
receptores Global Navigation Satellite System (GNSS), aplicados à agricultura.

Os
pré-requisitos para os instrutores é formação em agronomia, engenharia
agrícola, engenharia florestal, engenharia de agrimensura ou engenharia
cartográfica, além de experiência prática comprovada na utilização do GNSS em
atividades rurais. Os treinamentos serão oferecidos pelo SENAR-PR em todos os
399 municípios do Paraná.

O processo
prevê a realização de provas técnicas, pedagógicas e avaliação presencial. O
edital completo, com a descrição de todos os requisitos, etapas e documentos
necessários, está disponível no site www.sistemafaep.org.br, na seção Editais.

Em 2012, com
necessidade de aprimorar sua formação acadêmica, Lidiane fez uma pós-graduação
em educação ambiental. Em 2017, decidiu cruzar uma nova fronteira e entrou no
programa de mestrado em agronomia da Universidade Estadual do Norte do Paraná
(UENP). O tema da sua pesquisa foi o programa JAA. “Minha dissertação é sobre
aprendizagem e sucessão, comprovando os impactos do JAA no desenvolvimento
pessoal dos jovens. O SENAR-PR me deu espaço e apoio desde que esse projeto era
apenas uma ideia. Antes de entrar como aluna no mestrado já havia conversado e
sempre houve apoio da instituição”, afirma.

Vale lembrar
também que a formação acadêmica não é a única fonte de conhecimento destes
profissionais. Todos os instrutores do SENAR-PR participam, obrigatoriamente,
de formações e atualizações nas áreas dos cursos que ministram ou desejam
ministrar. Esta obrigatoriedade está prevista em contrato e tem como objetivo
preparar o quadro de instrutores para que estejam sempre na vanguarda técnica e
tecnológica nas áreas em que atuam. O resultado se reflete dentro da porteira,
com conhecimento de qualidade a serviço da família rural paranaense.

Instrutores do novo PER passam por formação

Além de levar
conhecimento à família do campo, os instrutores do SENAR-PR também são
peça-chave na elaboração de novas propostas. Um exemplo disso ocorreu durante a
reformulação do Programa Empreendedor Rural (PER), iniciativa desenvolvida pelo
Sistema FAEP/SENAR-PR em parceria com a Federação dos Trabalhadores Rurais
Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e o Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR), que visa também desenvolver
projetos de negócio e incentivar o empreendedorismo no meio rural.

Nesse
processo foram selecionados 10 instrutores que participaram da formação para o
novo formato do programa. Dividida em três etapas, realizadas em março, junho e
setembro de 2019, em Curitiba, a formação de atualização do PER contou com três
especialistas na área, também responsáveis por desenvolver os conteúdos dos
programas, e três facilitadores especialistas na condução de grupos.

De acordo com
Mariana Assolari, técnica do SENAR-PR e coordenadora do PER, “trata-se de uma
proposta de construção coletiva, envolvendo participantes, instituições,
facilitadores e especialistas”.

Segundo ela,
esta formação ocorreu paralelamente à realização de dez turmas do PER em seu
novo formato (as demais turmas deste ano seguiram o formato antigo do
programa), de modo que era possível avaliar em tempo real as mudanças
realizadas no formato do programa e assim sugerir melhorias e corrigir
eventuais problemas.

“Nesse horizonte, o papel dos instrutores deixa de ser o de professor para se tornarem facilitadores no processo de aprendizado, ampliando assim o protagonismo dos participantes neste processo”, afirma Mariana, referindo-se à mudança na postura dos participantes e dos instrutores presente neste novo formato.

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Fonte: Sistema FAEP



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