Com a meta de levar mais tecnologia e inovação para a rotina do meio rural catarinense, foi lançado nesta terça-feira, 22, o Núcleo de Inovação Tecnológica para Agricultura Familiar (NITA). O ato, em Florianópolis, contou com a presença do governador Raimundo Colombo, do coordenador setorial para Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial, Paul Procee, e do secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, entre outras lideranças do setor.
- Nós temos que reconhecer o grande sucesso da agricultura familiar catarinense. E para continuar com esse sucesso, temos que dar condições para as novas gerações, oferecendo estrutura, competitividade e rentabilidade. A iniciativa do NITA contribui para projetar um futuro seguro do setor para as próximas décadas – afirmou o governador Colombo.
O NITA funcionará como um elo entre startups e pequenas e médias empresas desenvolvedoras de inovações com as cadeias produtivas organizadas dos agricultores. A intenção é identificar quais são as demandas, onde estão os gargalos tecnológicos e se já existe uma tecnologia para atender e resolver esse aspecto. O grande desafio será levar essas tecnologias de ponta a um baixo custo para os agricultores catarinenses.
Em Santa Catarina, 90% dos produtores são agricultores familiares que, juntos, respondem por cerca de 70% de toda a produção agropecuária do estado.
- Esse é um momento em que Santa Catarina mais uma vez se diferencia dos demais estados do país. O NITA vai permitir que a agricultura familiar catarinense seja ainda melhor atendida. Os polos tecnológicos estarão mais perto do campo, ajudando a melhorar a nossa produtividade – acrescentou o secretário Sopelsa.
O presidente da Cooper Rio Novo, Valmor Raul de Farias, destacou a importância do novo programa. A cooperativa reúne 73 cooperados, de 23 famílias, que são produtores de banana na região de Corupá. Valmor, que junto à esposa e seus dois filhos, cultiva uma área de 16 hectares, reconhece a necessidade de buscar aprimoramentos para o trabalho diário.
- A agricultura tem se modificado tanto. As ferramentas mais antigas têm que ser conciliadas com as mais recentes, e o NITA vai nos ajudar a buscar essa união – afirmou.
Lineu Del Ciampo
O otimismo também é forte entre as empresas que participarão do núcleo. Criada neste ano, a i4AGRO oferece serviços em inteligência geoespacial, como a elaboração de diagnósticos por imagens coletadas por satélites ou drones.
- Vamos participar do núcleo com o objetivo de tornar o nosso serviço mais acessível para diferentes produtores. Enquanto a direção do núcleo nos ajuda com a parte burocrática e com a intermediação, nos dedicamos a fazer o que sabemos fazer melhor, que é lidar com a tecnologia – afirma o representante da empresa, Lineu Del Ciampo.
Parceria com o Banco Mundial
O Banco Mundial é o grande apoiador do projeto, e Santa Catarina representa a América Latina em uma lista de nove iniciativas como essa ao redor do mundo. O objetivo do banco é repetir o sucesso alcançado no estado com o programa SC Rural, focado no aumento de competitividade no meio rural.
O coordenador setorial para Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial, Paul Procee, elogiou a trajetória catarinense no desenvolvimento do agronegócio ao longo das últimas décadas.
- Santa Catarina é um exemplo para o Brasil e queremos levar o modelo do trabalho que estamos fazendo aqui também para outros países – ressaltou.
Composição do NITA
O NITA é composto por diferentes entidades e seu conselho gestor é constituído por dirigentes das seguintes instituições: secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca (SAR), secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (Deatec), Associação Catarinense de Fundações Educacionais(Acafe), Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi) e Universidade Católica de Santa Catarina.
Fonte: Secretaria da Agricultura e da Pesca de SC