O Paraná consolidou definitivamente
suas fronteiras sanitárias. Em 11 de fevereiro, foi inaugurado o Posto de
Fiscalização de Trânsito Agropecuário (PFTA), localizado na rodovia BR-116, em
Campina Grande do Sul, perto da divisa com São Paulo. Era o último ponto que
faltava para que o Paraná concluísse a sua rede que fiscaliza todos os
caminhões que transportam animais e produtos agropecuários que queiram entrar
ou cruzar o Estado. A construção do novo PFTA era uma das duas últimas
exigências para que o Paraná dê prosseguimento ao processo de reconhecimento
internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação. A outra pendência
– a contratação de mais 80 fiscais agropecuários – está em andamento, com o
lançamento do edital para o concurso público.
Localizada ao km 11,5 da BR-116, a
construção da nova unidade e as obras estruturais começaram em agosto de 2019 e
custaram R$ 1,3 milhão, pagos com recursos administrados pelo Fundo de
Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Fundepec-PR). A nova unidade vai se
manter em funcionamento 24 horas por dia, com oito assistentes de fiscalização
se revezando em regime de escala. O PFTA de Campina Grande do Sul se soma a
outros 32 postos estaduais e cinco federais que já compõem a rede que mantém o
controle sanitário das divisas do Estado, gerenciada pela Agência de Defesa Agropecuária
do Paraná (Adapar).
Na solenidade, o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR e do Fundepec-PR, Ágide Meneguette, assinou o termo em que repassou oficialmente o PFTA à Adapar. “Quero dizer que estamos felizes. Mas vamos estar ainda mais felizes em maio de 2021, porque tenho convicção de que vamos obter o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação”, disse Meneguette. “Estamos escrevendo uma nova história para a pecuária do Paraná”, acrescentou.
“Para nós, este é um momento de
comemoração. Estamos cumprindo um dos últimos requisitos do Mapa [Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento] para conquistarmos o novo status. Fechamos as nossas fronteiras,
com os 33 postos, principalmente os 23, do ‘arco norte’. Sem a participação de
vocês [iniciativa privada], nada disso seria possível”, afirmou o
diretor-presidente da Adapar, Otamir César Martins.
A vacinação contra a febre aftosa no
Paraná foi suspensa pelo Mapa em outubro de 2019. A imunização do rebanho, na
prática, foi substituída pela atualização do rebanho junto à Adapar – em que,
duas vezes por ano, os criadores de quaisquer animais para fins comerciais
devem preencher o cadastro oficial.
Paralelamente, desde 6 de janeiro
deste ano, o Paraná fechou suas fronteiras sanitárias. Isso significa que,
conforme determinação do Mapa, o Estado passou a proibir a entrada de bovinos e
bufalinos voltados à cria, recria e engorda que provenham de unidades da
federação que imunizam seu rebanho contra a febre aftosa. Esses animais só
podem dar entrada no Estado se estiverem sendo transportados como carga
lacrada, a ser encaminhada para abate imediato ou para cruzarem o território
paranaense, em direção a outras unidades da federação.
“Este marco é uma sequência que nos
traz segurança alimentar, sustentabilidade, mas que dobra a nossa
responsabilidade de vigilância. Precisamos estar mais vigilantes”, disse o
diretor-executivo do Fundepec-PR, Ronei Volpi, que há décadas acompanha as
políticas de defesa agropecuária do Paraná.
Investimento
Entre 1997 e 2019, a FAEP investiu US$ 10,2 milhões em sanidade animal do Paraná, por meio do Fundepc-PR. Esse montante foi aplicado em ações, como o fomento à participação em reuniões internacionais da OIE e da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa), além do financiamento a realização de eventos no interior do Paraná para debater o tema, a contratação de consultores para elaboração da lei de sanidade animal do Paraná, criação da Adapar, entre outros.
Mais recentemente, para a conclusão de
providências para o processo de reconhecimento do Paraná como área livre de
febre aftosa sem vacinação e defesa sanitária, foram feitos outros aportes pela
iniciativa privada. A Viapar custeou a construção de dois postos de
fiscalização (em Diamante do Norte e Terra Rica, no Noroeste do Estado), o
Sindiavipar bancou a aquisição de equipamentos para o Laboratório de
Diagnósticos Marcos Enrietti e, por fim, as cooperativas financiaram a construção
dos três últimos postos fiscais localizados em Santa Mariana, Ribeirão Claro e
Campina Grande do Sul, com investimentos de R$ 1,5 milhão.
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Fonte: Sistema FAEP