Com 10% da área de trigo já colhida no Rio Grande do Sul, as produtividades situam-se ao redor dos 2.900 quilos por hectare, com qualidade entre regular e boa. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (18/10), as chuvas recorrentes e os dias nublados trazem apreensão aos produtores, que receiam perdas em qualidade do produto com a maior exposição do grão em maturação à umidade ambiente. Essas condições também têm provocado a ocorrência de giberela e brusone, doenças que tendem a diminuir a produtividade das lavouras e a depreciar a qualidade dos grãos colhidos. Espera-se que durante o final desta semana a colheita se intensifique e seja possível observar, com maior precisão, os danos ocorridos, destaca o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura.
As lavouras de canola do Estado estão em maturação dos grãos e colheita. Caso as condições do tempo permitam, a colheita deve finalizar em algumas regiões, como Noroeste e Missões. No Planalto Médio, a colheita deverá iniciar nos próximos dias. No Noroeste, as últimas áreas a serem colhidas têm apresentado grande debulha das síliquas, o que pode diminuir a rentabilidade das lavouras. A cultura apresenta bons índices de aceitação pelos produtores, pois com preços iguais aos da soja, ela promove boa rentabilidade e diversifica a propriedade.
GRÃOS DE VERÃO
A semeadura do milho avançou pouco e atinge 55% da área plantada no Estado. Atualmente, 98% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e 2% entrando na fase inicial de floração. No geral, as lavouras expressam bom estado fitossanitário e bom desenvolvimento vegetativo, com as plantas apresentando tonalidade verde escuro e atingindo porte considerado satisfatório.
Na soja, a semeadura segue lenta, em função das chuvas ocorridas em áreas mais ao Norte do RS. Mesmo assim, cerca de 60 mil hectares já estão plantados, principalmente nas Missões e no Noroeste. A expectativa é que a prática se intensifique na última semana de outubro e no início de novembro.
O feijão 1ª safra é semeado em várias regiões produtoras. No Baixo Vale do Rio Pardo, a semeadura foi concluída e no Alto da Serra do Botucaraí e Centro-Serra, segue em ritmo normal. No Litoral Norte, a implantação das lavouras já ultrapassa os 60% da área estimada. No Alto Jacuí e Noroeste Colonial, o feijão está em desenvolvimento vegetativo.
Com a pouca chuva ocorrida no Centro e Oeste do Estado, os orizicultores dessas regiões puderam acelerar o plantio da nova safra, fazendo com que o percentual de área plantada em nível estadual chegue a 25% do total previsto. Apesar do esforço, esse percentual não atinge a média para o período, que é de 28%.
FRUTÍCOLAS
Pêssego Na Serra gaúcha, os primeiros frutos da safra atual estão sendo colhidos em pessegueirais de variedades superprecoces, como a Kampai e o PS 2, cultivados em locais com mesoclimas mais quentes, ou seja, vales dos rios das Antas e Caí. Os frutos apresentam coloração e calibre (tamanho) um pouco aquém do esperado, como efeito das condições climáticas ocorridas em agosto e setembro, marcados por temperaturas mais baixas que a média histórica, índices pluviométricos altíssimos e muitos dias sem insolação. As plantas se mantêm sadias e com bom vigor. O raleio da principal cultivar, a Chimarrita, já foi concluído, iniciando-se o das varietais mais tardias, como Chiripá e Eragil. Adubações de cobertura e poda verde são outras práticas culturais em execução.
Citros – Está praticamente encerrada a safra de citros na região do Vale do Caí, principal produtora de citros no Rio Grande do Sul. Ainda resta colher 10% das frutas da laranja variedade Valência e 15% do tangor Murcott, também conhecida como bergamota Morgote. Também está em colheita a lima ácida Tahiti, o limãozinho verde, que não tem um período definido de colheita, já que floresce e produz em diversos períodos do ano.
A safra deste ano foi muito boa, pois desde a formação das frutas, no final do inverno e início da primavera de 2017, as condições do tempo foram favoráveis, com chuvas regulares que propiciaram o bom desenvolvimento das frutas, e, principalmente, sem a ocorrência de fenômenos prejudiciais como granizo, geadas ou chuva em excesso.
Ao mesmo tempo em que se encerra a safra 2018, já está em formação a safra 2019, resultado da floração ocorrida em agosto e setembro. As frutinhas em desenvolvimento são abundantes e sadias, graças às chuvas regulares neste período. Os citricultores têm realizado tratamentos com fungicidas, visando prevenir a ocorrência de doenças, garantindo a boa sanidade das frutas.
CRIAÇÕES
Bovinocultura de leite No geral, o período é de alta produção devido à oferta de pasto. Porém, nas propriedades com menos tecnologia há um ligeiro declínio na produção devido ao período de transição na produção de forragens. A atividade produtiva deverá ser retomada com força logo em seguida, dependendo do clima nos meses de novembro e dezembro.
Os produtores com bom planejamento apresentam resultados muito satisfatórios em relação à produção de leite, devido à grande oferta e à qualidade nutricional das pastagens anuais de inverno e ao início do pastoreio nas pastagens anuais e perenes de verão. Nestes casos, realizam o manejo (piqueteamento, adubação nitrogenada, pastejo) das pastagens perenes de verão e seguem a implantação de maneira escalonada das anuais de verão.
Em decorrência das atuais condições climáticas, de alta umidade no solo, os animais sentem desconforto devido ao barro que se acumula próximo das instalações e à falta de locais secos para o descanso. Tal condição também prejudica as pastagens que os animais acabam pisoteando, compactando o solo e estragando mais do que aproveitando a forrageira.
Fonte: Emater