Os produtores rurais são as principais vítimas de uma infraestrutura logística precária, insuficiente, e enfrentam, no dia-a-dia, “uma verdadeira aventura” para conseguir escoar seus produtos aos pontos de venda.
A afirmação foi feita pelo presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, em discurso na abertura do I Encontro Nacional dos Usuários do Transporte de Cargas, em Brasília, nesta terça (8).
Como consequência deste estado precário da infraestrutura logística,
- Parte considerável do lucro dos produtores rurais se perde com o transporte, além do desperdício físico da produção ao longo do trajeto – disse Martins.
Enquanto os produtores fazem investimentos pesados dentro das propriedades, avaliou o presidente da CNA, o setor público não
- Investe quase nada há muito tempo, apesar do nível elevado de impostos que são pagos – disse.
Para Martins, preconceitos ideológicos impediram o Estado de transferir responsabilidades ao setor privado. Ele elogiou a criação do Programa de Parcerias em Investimentos (PPI), que vem na hora certa para atrair recursos privados, gerando novos postos de trabalho e ampliando a competitividade das exportações brasileiras.
- Esperamos que o estatismo seja expurgado do novo modelo de concessões, pois afugenta os capitais privados e torna as empresas dependentes dos créditos do Estado. Que seja um modelo de competição e liberdade – afirmou.
Para concluir, o presidente da CNA disse esperar que o estado volte a cumprir minimamente sua capacidade administrativa.
- Só assim evitaremos que os processos de privatização ou concessão se percam nos descaminhos da burocracia – disse.
Encontro – Durante o evento, os participantes discutiram temas como a retomada dos investimentos nos modais de transporte para dar mais eficiência e competitividade ao setor produtivo no país. No final do encontro, realizado pela CNA e outras 14 entidades, foi elaborado um documento com as principais reivindicações dos segmentos rural e do transporte.
O documento pede um ambiente regulatório e segurança jurídica para os investimentos privados em infraestrutura logística.
Fonte: CNA