Em paralelo ao avanço obtido na abertura de mercados para exportação da carne enquanto commodity, o setor de bovinos trabalha para emplacar cortes mais nobres tanto para consumo interno quanto nas vendas internacionais.No Brasil, a ideia é aproveitar o movimento de expansão da culinária gourmet para descobrir novos usos para os cortes e explorar carnes de maior valor agregado, visto que a proteína bovina convencional tem perdido espaço para outras de custo inferior como o frango.
Existe um movimento interessante de açougues de luxo, hamburguerias, saímos um pouco do rodízio. São tendências que estão surgindo, cortes que ninguém percebia que poderiam ser aproveitados , conta ao DCI o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, durante evento de lançamento da Semana da Carne , na Sociedade Rural Brasileira (SRB). Em seu pronunciamento, o representante do setor defendeu a aproximação da indústria com o consumidor, para que haja um efeito reverso na cadeia.
Segundo Sampaio, esta já é uma estratégia comum em outros países. Uma vez descobertos estes novos usos para a carne, o próximo passo é levá-los ao mercado internacional, ou seja, o Brasil tem condições de ditar tendências dos cortes bovinos e exportá-los, assim como Paris dita a moda , compara.
Este processo foi iniciado em ações para promoção do gado angus na União Europeia. A Alemanha foi um dos países que receberam o chamado Angus day . Países árabes e até mesmo a China figuram no radar deste nicho.
Árabes em potencial
Visando ampliar sua presença no mercado árabe, a Abiec programa uma série de ações para fevereiro, nos Emirados Árabes Unidos (EAU) e na Arábia Saudita, como presença em feira (Gulfood, em Dubai) e churrascos em Dubai e em Riad para degustação do produto nacional.
Em 2015, as exportações de carne bovina convencional brasileira para os países árabes atingiram faturamento de US$ 1,4 bilhão – 24% do total exportado no ano. Já a Arábia Saudita, que recentemente suspendeu embargo à carne bovina brasileira, traz a possibilidade para o Brasil de exportar 40 mil toneladas.
Fonte: DCI
Fonte: Canal do Produtor