O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 163,5 pontos em outubro de 2018, uma queda de 1,4 pontos (0,9%) em relação a setembro e cerca de 13 pontos (7,4%) em relação ao mesmo mês de 2017. Conforme comunicado da FAO, divulgado nesta quinta-feira (01/11), o declínio mensal deve-se à queda nos preços dos produtos lácteos, carnes e óleos, que compensaram o aumento no subíndice de açúcar e no subíndice dos cereais.
O Índice de Preços de Alimentos da FAO está no nível mais baixo desde maio do ano passado. O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 166,3 pontos em outubro, uma recuperação de 2,2 pontos (1,3%) em relação ao mês anterior e de 13,6 pontos (8,9%) em relação ao mesmo mês do ano passado.
“Entre os principais cereais, as cotações de milho dos Estados Unidos (EUA) foram as mais favorecidas, apoiadas por fortes exportações. Enquanto os preços do trigo também subiram, impulsionados por uma perspectiva de oferta mais apertada, especialmente em vista da deterioração das perspectivas de safra na Austrália”, diz a FAO.
Já os preços internacionais do arroz diminuíram, pelo quarto mês consecutivo, à medida que a colheita avança, a competição entre os exportadores e as oscilações cambiais pesaram sobre as cotações de alguns tipos do cereal.
De acordo com o levantamento mensal da FAO, o Índice de Preços do Óleo Vegetal registrou média de 132,9 pontos em outubro, uma queda de 2 pontos (1,5%) em comparação com setembro, “caindo pelo nono mês consecutivo e atingindo a menor média mensal desde abril de 2009″, salienta a organização.
Segundo a FAO, “o declínio em outubro foi impulsionado principalmente pelo enfraquecimento nas cotações dos óleos de palma, refletindo a pressão dos grandes estoques mantidos pelos principais países exportadores, em meio à fraca demanda externa pelo óleo”.
Quanto a recuperação nos preços internacionais do óleo de soja e do óleo de canola, informa a FAO, foram sustentadas por uma forte demanda no setor de biodiesel e pela redução dos estoques disponíveis na União Europeia (UE), respectivamente. Enquanto o óleo de girassol teve suas cotações praticamente inalterados em relação a setembro.
Já o Índice de Preços da Carne da FAO apresentou média de 161,6 pontos em outubro, um recuo de 3,3 pontos (2%) ante valor reportado em agosto e de 11 pontos em relação ao mesmo intervalo no ano passado. No período, os preços internacionais das principais categorias de carne levantadas no índice diminuíram, com queda acentuada nos preços da carne ovina. “Após quatro meses de alta contínua, os preços da carne de ovelha diminuíram, sustentados pela disponibilidade de suprimentos para a nova temporada da Oceania”, explica a FAO.
No mesmo mês, a oferta abundante de exportação contribuiu para a desvalorização dos preços de carne bovina. Conforme a FAO, a lentidão atual do mercado pressionou os preços das aves. “Enquanto restrições de importação associadas a novos casos de peste suína africana (ASF, na sigla em inglês), juntamente com grandes estoques de exportação dos principais países produtores, continuaram a pesar nas cotações da carne suína”, acrescenta a organização.
No levantamento mensal da FAO, os preços de Laticínios tiveram média de 181,8 pontos em outubro, redução de 9,2 pontos (4,8%) em comparação com setembro, “marcando a tendência de queda pelo quinto mês consecutivo”, ressalta a FAO. O recuo é atribuído à desvalorização nos preços de todos os produtos lácteos, observados pelo índice, caindo 15,3% do seu valor reportado em outubro do ano passado e recuando 34% abaixo do pico atingido em fevereiro de 2014.
“Esse enfraquecimento dos preços reflete a crescente evidência de aumento na oferta de exportação em todos os principais produtos lácteos, especialmente originados da Nova Zelândia.”, diz a organização.
A FAO calcula, ainda, que o subíndice de preço do Açúcar ficou em média em 175,4 pontos em outubro, um aumento de 14 pontos (8,7%) em relação ao mês anterior, marcando a segunda alta mensal consecutiva. O incremento de outubro foi, em grande parte, impulsionado pelas perspectivas negativas de produção nas principais regiões produtoras de açúcar, principalmente na Índia e na Indonésia, resultantes de eventos climáticos.
Fonte: Globo Rural