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IMPORTAÇÕES DE LEITE PREOCUPAM

As importações brasileiras de leite em pó provenientes do Mercosul ganharam força nos últimos meses e estão prejudicando a pecuária leiteira nacional. De acordo com a FAEMG, o volume mensal de importação está próximo a 15 mil toneladas, vindas, principalmente, do Uruguai. A retomada dos negócios, que até então estavam desaquecidos, aconteceu após o calote da Venezuela, que não cumpriu o acordo de compras com Uruguai. Desde então, o uruguaios estão enviando maiores volumes ao Brasil.
Para o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e diretor da FAEMG, Rodrigo Alvim, para o setor leiteiro do País é essencial que seja feito um acordo com o Uruguai limitando os volumes importados, como foi feito com a Argentina, que está habilitada a enviar 3,6 mil toneladas de leite em pó por mês ao Brasil.
“Mensalmente tem ingressado no País cerca de 15 mil toneladas de leite em pó, importados do Uruguai e Argentina. O volume é equivalente a 150 milhões de litros de leite, o que significada 5 milhões de litros entrando no País diariamente. O volume também equivale à captação de duas ‘Itambés’ por dia. O Uruguai tem sido o grande problema para o setor e precisamos fazer um acordo que limite os volumes, porém, o governo brasileiro, até então, é contrário, uma vez que a balança comercial é muito positiva para o Brasil”, ressalta.
Apesar do real desvalorizado, as importações têm sido estimuladas pelos preços do leite em pó no mercado internacional estarem baixos. As negociações entre Brasil e Uruguai, que estavam desaquecidas, foram retomadas após a Venezuela quitar menos de um décimo de uma dívida estimada em US$ 250 milhões com o Uruguai. “O ingresso do leite uruguaio acontece, principalmente, pelo Sul do Brasil, onde os preços pagos aos pecuaristas de leite são menores. Mas o impacto é sentido em todas as regiões produtoras de leite, atingindo principalmente os produtores”, explicou Alvim. 
Balanço
De acordo com a Faemg, a produção de leite em Minas Gerais deve encerrar 2015 em 9,6 bilhões de litros, o que representa um avanço de 2,2% em relação a 2014, quando a produção alcançou 9,4 bilhões de litros. O faturamento da atividade foi estimado em R$ 8,01 bilhões, valor equivalente ao registrado no ano anterior.
Maior Estado produtor do País, Minas Gerais responde por 27% do volume nacional. O rebanho efetivo é composto por 5,9 milhões de vacas, com produção média estimada em 1.612 litros por animal ao ano.
Ao longo de 2015, os preços pagos pelo litro de leite acumularam queda de 10,3%, entre janeiro e outubro, quando comparados com os valores praticados no mesmo período do ano anterior, segundo os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O consumo ao longo do ano ficou estabilizado em função da queda da renda das famílias, o que atrelado ao aumento da produção fez com que os preços pagos aos pecuaristas ficassem menores.
Enquanto os preços recuaram, os custos de produção ficaram 14,2% superiores aos praticados em 2014, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, unidade Gado de Leite (Embrapa Gado de Leite). Os principais reajustes foram registrados nos custos dos lubrificantes, concentrados proteicos e energéticos e combustíveis, com alta de 7,9%, seguido pelo suplemento animal, que ficou 6,6% mais caro, e fertilizantes, 2,7%. Todos estes reajustes tiveram como justificativa a desvalorização do real frente ao dólar, fator que alavancou os preços dos insumos importados e de itens que o País passou a exportar mais, como milho e soja, por exemplo.
De acordo com o presidente do SISTEMA FAEMG, Roberto Simões, 2016 será um ano de desafios. Um deles será a criação do Fundo Sanitário Animal, que reunirá recursos privados para combater doenças e agilizar as ações em caso de novas enfermidades. O projeto também é considerado fundamental para que Minas Gerais conquiste o reconhecimento de livre da aftosa sem vacinação, o que também facilita as exportações.
O programa Leite Saudável, lançado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), é considerado com um dos principais caminhos para elevar a qualidade e a competitividade do leite nacional, fatores fundamentais para o avanço da cadeia e para ampliar a participação no mercado internacional. Parte das ações do projeto deve ser colocada em prática em 2016.
Fonte: Diário do Comércio

Fonte: Canal do Produtor



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