As importações de carne suína na China dispararam em maio, com alta de quase 63% ante mesmo período do ano anterior. As importações em maio foram de 187.459 toneladas, maior volume desde as 192.348 toneladas de agosto de 2016, segundo dados da alfândega chinesa divulgados neste domingo (23).
A alta vem em meio a um surto de peste suína africana que continua a afetar animais na China, que detém metade dos rebanhos globais, levando a uma redução significativa na oferta doméstica.
Os chineses são os maiores consumidores globais da proteína, e os preços da carne suína na China subiram rapidamente na primeira metade de março, o que levou a grandes compras de carne no exterior, incluindo nos Estados Unidos.
Os preços desde então estabilizaram, com importadores e operadores do mercado dizendo que a demanda nas últimas semanas por carne suína importada tem sido fraca devido à ampla oferta de carne fresca de produtores que estão abatendo seus rebanhos conforme o surto da peste atinge novas áreas.
A demanda deve subir novamente nos próximos meses, no entanto. O governo chinês disse no início de junho que o rebanho de suínos do país caiu 23,9% em maio no comparativo com o ano anterior, o que deve gerar uma baixa significativa na produção.
Analistas do Rabobank disseram em abril que a produção de carne suína chinesa pode cair para 38 milhões de toneladas em 2019, ante 54 milhões no ano anterior. Já as importações teriam um teto de cerca de 4 milhões de toneladas, devido à oferta global disponível.
As importações chinesas nos primeiros cinco meses do ano, até maio, somaram 658.236 toneladas, alta de 19,8% na comparação anual.
Apesar da demanda esperada, a China ampliou inspeções sobre importações de carne e recentemente bloqueou seu mercado para três exportadores canadenses.
Brasil se beneficia
Diante da crise sanitária na China, as exportações das carnes suína e de frango tiveram alta expressiva em maio. No caso da proteína de frango, os embarques foram 49% maiores que o registrado no mesmo período do ano passado.
Já no caso da carne suína, as exportações para a China cresceram 51% na comparação com o mesmo mês de 2018, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgados no início de junho.
“A China se isolou como principal destino dos embarques brasileiros. O efeito gerado no mercado pela crise sanitária no país asiático impulsionou as importações, o que gerou efeitos também na rentabilidade do mercado, com elevação de preços médios”, destacou à época, em nota, o presidente da ABPA, Francisco Turra.
Fonte: G1