As importações chinesas de soja caíram 24% em maio na comparação com mesmo mês do ano anterior, mostraram dados de alfândegas nesta segunda-feira, conforme a guerra comercial entre China e EUA e a peste suína africana prejudicaram a demanda.
A China comprou 7,36 milhões de toneladas de soja em maio, ante 9,69 milhões no ano passado, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas. O dado de maio também ficou abaixo das 7,64 milhões de toneladas de abril, quando os embarques haviam saltado após compradores adiarem cargas devido a uma mudança tarifária.
A China importou 31,75 milhões de toneladas nos primeiros cinco meses de 2019, queda de 12,2% ante mesmo período de 2018, com maiores tarifas sobre os embarques dos EUA, segundo maior fornecedor dos chineses, contendo as compras.
“As importações de soja foram menores porque as tarifas maiores sobre embarques dos EUA continuaram a pesar. E a demanda está fraca devido à peste suína africana. Os embarques do Brasil também caíram bastante”, disse Xie Juilan, analista da Cofeed, empresa de pesquisa no agronegócio.
A China colocou uma tarifa e 25% sobre a soja dos EUA em julho passado como parte de uma guerra comercial entre os dois países. Em dezembro, os países acertaram uma trégua parcial, o que levou a China a fechar a compra de 14 milhões de toneladas de soja norte-americana desde então.
Mas Pequim suspendeu as compras novamente quando as tensões se renovaram no início de maio. A China agora planeja estocar até 7 milhões de toneladas em soja dos EUA adquiridas durante a trégua, em preparação para uma possível guerra comercial prolongada.
Agora o governo chinês parece mais preparado, segundo operadores do mercado, com preocupações sobre uma potencial falta de soja ficando cada vez menores.
Processadores chineses de soja já agendaram mais cargas do Brasil e da Argentina após a escalada de tensões comerciais.
Os embarques de soja nos próximos meses deverão subir significativamente ante maio, mesmo com a febre suína impactando a demanda, disse a analista Monica Tu, da Shanghai JC Intelligence Co.
Fonte: Notícias Agrícolas