Importação de soja pela China sobe em agosto com mais envios do Brasil.
País se beneficiou com a guerra comercial entre chineses e o governo Trump.
Soja é o principal produto adquirido pela China em Mato Grosso do Sul.
A China importou 9,15 milhões de toneladas de soja em agosto, 8% a mais do que a 1 ano atrás, quando foram compradas 8,44 toneladas.
O país passou a comprar mais soja do Brasil depois de impor tarifas sobre produtos vindos dos Estados Unidos.
Em junho passado, Pequim impôs uma tarifa adicional de 25% a uma lista de produtos norte-americanos que somam US$ 34 bilhões em valor, incluindo a soja, que é o principal item agrícola que os EUA vendem para a China.
A medida foi uma resposta a taxas dos EUA sobre produtos chineses no mesmo valor.
Na comparação com julho, a alta na importação de soja pelos chineses em agosto foi ainda maior, de 14%.
Já no acumulado do ano, o volume é 2% inferior do que o dos 8 primeiros meses de 2017, totalizando 62 milhões de toneladas. Os dados são da Administração Geral das Alfândegas chinesa.
Fim da safra
Compradores chineses já haviam comprado pesadamente soja do Brasil antes que os altos impostos de Pequim sobre as cargas norte-americanas entrassem em vigor, com preocupações de que os estoques vão se tornar mais apertados, uma vez que a oferta do Brasil, o maior exportador global, está ficando mais escassa.
“O mercado continua a comprar soja brasileira. Mas há apenas algum volume de soja por lá, e os estoques aqui (China) estão altos”. Disse Tian Hao, analista sênior da First Futures, antes de os dados de agosto serem divulgados.
As importações nos próximos meses, antes de novembro, devem ficar acima de 7 milhões de toneladas por mês, mas a oferta pode apertar depois, à medida que a temporada de soja do Brasil se aproxima do fim, disseram analistas.
Alguns veem a escassez mais adiante. A China pode ficar sem soja no início de 2019, disse um executivo de uma grande processadora estatal nesta semana.
A demanda externa também poderá levar o Brasil a ter de importar o produto dos EUA, para abastecer o mercado local.
Fonte: G1/Agronegócios