Os danos que a importação de leite do Uruguai vêm trazendo ao mercado brasileiro serão alvo de audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado nesta sexta-feira (7/10) a partir das 14h. O assunto foi tratado durante reunião nesta terça-feira (4/10) entre a senadora e presidente da Comissão, Ana Amélia Lemos, e o presidente do Sindilat e do Conseleite, Alexandre Guerra, que esteve em Brasília para tratar do tema. A ideia, segundo a senadora, é convidar lideranças do setor e representantes do governo para debater o tema e encontrar uma alternativa que ajude o setor lácteo. É esperado a participação de representantes do Ministério da Agricultura, do Ministério de Relações Exteriores, Sindilat e Aliança Láctea Sul-Brasileira e Fetag.
Guerra alerta que é preciso achar uma equação para esse problema o mais rápido possível uma vez que a concorrência desleal com o produto uruguaio está impondo uma realidade muito dura ao setor lácteo brasileiro e, principalmente, ao gaúcho devido à proximidade. Uma medida enérgica, sugere Guerra, seria a criação de cotas pré determinadas que poderiam ser acionadas por um gatilho de mercado exclusivamente quando houvesse falta de leite no mercado brasileiro.
- Não somos contra a importação, o que queremos é saber quanto vai entrar para não criar desequilíbrios – pontuou, lembrando que há mais de 105 mil famílias produtoras de leite no RS, entre 850 mil em todo o país.
O Brasil importou 153,38 milhões de quilos de produtos lácteos nos primeiros oito meses de 2016, um aumento de quase 80% em relação ao mesmo período no ano anterior. Enquanto isso, as exportações de lácteos do Brasil para o mercado externo foram bem menores. Nos primeiros oito meses de 2015, o país exportou 45,19 milhões de quilos, enquanto nos primeiros oito meses deste ano o volume exportado foi de 32,25 milhões de quilos, uma queda de quase 30%.
Fonte: Sindilat