As primeiras áreas destinadas à cultura do milho para a safra 2018-2019 começam a ser implantadas na Fronteira Noroeste, tradicional produtora de milho e confecção de silagem. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (09/08), algumas áreas já estão em estágio de emergência. Técnicos estimam que tenham sido implantados, até o momento, aproximados 10 mil hectares. Nesse sentido, o total da área a ser coberta com a cultura, tanto a destinada para grão quanto para silagem, ainda não está definido. Até o final deste mês, a Emater/RS-Ascar deverá concluir o primeiro levantamento de intenção de plantio para as culturas de verão da próxima safra, cujos números deverão ser divulgados durante a Expointer, que acontece de 25 de agosto a 3 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
Nas demais regiões onde o milho é implantado precocemente, continuam as aquisições de insumos a serem utilizados nas futuras lavouras. Em muitos municípios teve início a distribuição, por parte de prefeituras e sindicatos, das sementes do programa Troca-Troca, através do qual o pequeno produtor recebe sementes de variedades melhoradas, restituindo o valor destas em produto (grão comercial) no final da safra.
Sobre as culturas de inverno, o clima dos últimos dias favoreceu a melhora do aspecto visual do trigo, cujas folhas voltaram a apresentar coloração verde intenso e plantas mais firmes. Boa parte das lavouras segue o processo de elongação (que precede a plena floração), com alta densidade de plantas, proporcionada pelo alto volume de sementes utilizado na semeadura e pela excelente germinação. Em termos gerais, a floração atinge 4% das lavouras, ficando um ponto percentual acima da média das últimas safras.
A cevada está em fase de elongação, com bom padrão de lavoura e com boa expectativa de produtividade e de qualidade industrial. Em setembro, quando a maior parte das lavouras estiver em frutificação, há expectativas favoráveis dos produtores em relação às condições climáticas.
As lavouras de canola estão em plena floração, com a inflorescência longa e elevado número de síliquas. No Noroeste do Estado, primeira região a implantar as lavouras de canola, muitas áreas já se encontram na fase de enchimento de grãos. Cultura com alto potencial produtivo até o momento, apresentando folhas bem desenvolvidas e plantas com excelente sanidade.
HORTIGRANJEIROS E FRUTAS
Nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, foi normalizada a oferta de hortaliças para venda. Os produtores estão efetuando o plantio das variedades de clima frio, favorecido pelo clima apropriado. Há oferta de repolho, cenoura, alface, beterraba, rúcula e rabanete. Ervilha em fase de floração, com bom vigor e desenvolvimento. Cebola em fase de desenvolvimento vegetativo. Mudas de tomate enxertadas do grupo gaúcho e italiano (saladete) estão sendo plantadas e encomendadas para plantio em outubro
Milho verde – Está iniciando o plantio no Vale do Taquari, com um pequeno atraso em relação ao ano passado, em função de que o inverno este ano está mais intenso. A previsão da área de cultivo tem um pequeno aumento, e os motivos são a demanda do produto pelos vendedores na Ceasa, renda por hectare e diminuição da área de plantio do aipim.
Citros – Estão em colheita as frutas cítricas de ciclo tardio na região do Vale do Caí. Entre as bergamotas, a cultivar Ponkan já está em 95% das frutas colhidas e deverá encerrar ainda nesta semana. A colheita da bergamota Pareci, do grupo das bergamotas do Mediterrâneo, já atingiu 90% das frutas. A Pareci é uma bergamota que tem um período de colheita pequeno, cerca de 45 dias, e faz a transição do término da colheita da Caí e o início da colheita da principal variedade, a Montenegrina. A colheita da Montenegrina, cultivar de bergamota com a maior área de cultivo no Rio Grande do Sul, já está em 15%. Também já está em colheita o tangor Murcott, com nome aportuguesado para Morgote. O tangor é um híbrido entre tangerina e laranja e a denominação resulta da junção das palavras do inglês tangerine e orange.
CRIAÇÕES
Bovinocultura de corte - A principal atividade é o manejo dos animais no campo, para evitar ao máximo a perda de peso, visto que a oferta de alimentos não é das melhores. Os produtores que realizam sobressemeadura do campo nativo, feno com palha de arroz ou silagem têm melhor oferta de alimento aos animais. Devido às baixas temperaturas e à ocorrência de geadas, os animais em campo nativo apresentam perdas corporais. Iniciou o nascimento de terneiros, pois alguns produtores antecipam as parições para aproveitar as pastagens das restevas de soja. Quanto ao manejo sanitário dos animais, ainda é necessário o controle das infestações por carrapatos, embora venha diminuindo devido às baixas temperaturas. O inverno chuvoso dificulta o acesso às propriedades devido a estradas ruins.
Bovinocultura de Leite – Em todas as regiões das bacias leiteiras do Estado, as pastagens de inverno apresentam bom desenvolvimento vegetativo, com maior crescimento proeminente para o azevém. Além do pastoreio, as vacas recebem silagem de milho, casca de arroz e ração no cocho. Devido a muita umidade do solo, produtores tiveram que reduzir a carga animal nas pastagens, diminuindo assim os estragos do pisoteio animal. Mas a estiagem da semana passada já melhorou o estado das pastagens, que retomaram o crescimento. Também ao redor das instalações houve melhorias com a diminuição do barro, reduzindo assim a dificuldade de acesso dos animais e mesmo dos caminhões para a recolha do leite. Registra-se a ocorrência de mamite devido ao barro. Houve casos de produtores que não conseguiram entrar com o maquinário nas lavouras para esparramar o esterco das esterqueiras. As esterqueiras estão com a capacidade máxima de armazenagem. Os rebanhos estão em boas condições sanitárias. Temperaturas amenas, como as que têm ocorrido no inverno gaúcho, favorecem o bem-estar das raças europeias (Jersey e Holandês) que predominam na maioria das regiões gaúchas.
Fonte: Emater/RS