A Câmara Federal e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul promovem na próxima segunda-feira (17.08), a partir das 13h, um seminário sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Sociedade. O Brasil é o país que mais utiliza agrotóxico nas plantações. Dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão do Ministério da Saúde, demonstram que no Brasil a venda de agrotóxicos saltou de US$ 2 bilhões para mais de US$ 7 bilhões entre 2001 e 2008, alcançando valores recordes de US$ 8,5 bilhões em 2011.
O evento proposto pelos deputados estaduais Amarildo Cruz (PT) e Pedro Kemp (PT) e pelo deputado federal Zeca do PT discutirá os riscos à saúde e os danos ambientais causados pelo uso destes produtos e contará com a participação de pesquisadores de Mato Grosso do Sul e de outros estados. Estudos estimam que aproximadamente 25 milhões de trabalhadores agrícolas de países pobres sofram com algum tipo de intoxicação causada por exposição a agrotóxicos. De acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), o Estado vizinho é o maior consumidor do Brasil, com o equivalente a 43 litros de veneno por habitante.
Em Mato Grosso do Sul, a estimativa é que cada pessoa consome proporcionalmente até 40 litros de agrotóxicos por ano, quase seis vezes a mais do que a média nacional per capita, que é de 7,3 litros por ano. A exposição e o consumo de produtos contaminados em médio e longo prazo podem causar distúrbios neurológicos, problemas respiratórios, cardíacos, pulmonares, no sistema imunológico e na produção de hormônios, além de má formação fetal e até câncer.
Conforme o deputado estadual Amarildo Cruz, estudos recentes do Inca mostram a relação do crescimento das vendas de agrotóxicos com o registro de casos de câncer no país. Para o deputado federal Zeca do PT, a fiscalização da comercialização dos agrotóxicos deve ser mais rígida. O deputado estadual Pedro Kemp (PT) defende a discussão com urgência não só o controle da utilização de agrotóxicos para minimizar as consequências, mas também alternativas para produção agroecológica. O Seminário será realizado no Plenário Deputado Júlio Maia, na Assembleia Legislativa, em Campo Grande.
Fonte: Correio do Estado