As dificuldades enfrentadas no dia a dia das fazendas serviram de inspiração para alunos do curso superior de tecnologia em Agronegócio da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). A dupla José Aparecido dos Santos e Hualacy Guilherme Odilon do Nascimento desenvolveu um chip e um leitor de informações para ajudar no manejo dos rebanhos e na identificação do cio bovino.
O projeto piloto tem a função de ajudar na identificação do sexo dos animais, indica as épocas do cio bovino e de monta, facilita o melhoramento genético, além de guardar informações sobre a origem e o nascimento dos bezerros. De acordo com Santos, os dados obtidos pelo chip são processados por um software gratuito e visualizados em um aplicativo que pode ser usado em celular, tablet ou notebook.
- O dinamismo para a obtenção dessas informações são importantes e podem contribuir com os protocolos de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), além da monta natural – afirma o estudante.
Identificação do cio bovino
Trabalhando no projeto há um ano e meio, os acadêmicos relatam que já foi desenvolvido um protótipo para os testes com os ovinos do Centro Zootécnico da Unoeste. De acordo com o Alexandre Godinho Bertoncello, professor da disciplina Empreendedorismo III e orientador do projeto, o objetivo final é atender as necessidades dos rebanhos bovinos, mas o trabalho inicial está sendo realizado com os ovinos por serem animais mais dóceis.
Por enquanto, o chip é capaz de coletar os dados estando preso aos animais com uma cinta. Mas esse modelo deve evoluir.
- Estamos testando a operacionalidade do sistema. Feito isso precisamos desenvolver um chip intracutâneo, que é o objetivo final – conta Bertoncello. – A gente está no momento de validar os protótipos para chegar ao mercado. -
O grande problema que a tecnologia quer resolver é a identificação do cio e a rastreabilidade do rebanho.
- Como essas informações vão ser dadas toda vez que o animal for comer ou tomar água, o produtor tem a checagem da informação quatro vezes por dia – diz Bertoncello.
Interesse do mercado
Bertoncello explica que o problema de desenvolver um software é que você não consegue patentear, o que pode ser patenteada é a ideia. Ele conta que há uma conversa avançada com a Bosch, que já atua na pecuária de precisão, e uma proposta deve ser apresentada pela empresa no próximo ano.
- Ou o aluno se torna empreendedor ou vende a ideia. O trabalho acadêmico tem algumas características e o mercado outras – diz o professor. – A universidade só existe por causa das necessidades do mercado. Se a gente não consegue chegar ao mercado, as pesquisas não são para a sociedade, são só pesquisas acadêmicas. -
Fonte: SFAgro