No 4o trimestre de 2015 foram abatidas 7,69 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 1,5% maior que a registrada no trimestre imediatamente anterior e 9,8% menor que a apurada no 4o trimestre de 2014. O Gráfico I.1 mostra a evolução do abate de bovinos por trimestre, desde o 1o trimestre de 2010.
Como não há variações acentuadas no peso médio das carcaças, sobretudo em nível nacional e entre os mesmos períodos do ano, a série histórica trimestral do peso acumulado de carcaças tende a seguir o mesmo comportamento da série do abate de bovinos. A produção de 1,93 milhão de toneladas de carcaças bovinas no 4o trimestre de 2015 foi 2,8% maior que a registrada no trimestre imediatamente anterior (1,88 milhão de toneladas) e 6,3% menor que a registrada no 4o trimestre de 2014 (2,06 milhões de toneladas).
O peso médio das carcaças bovinas no 4o trimestre de 2015 (250,7 kg/carcaça) foi maior que o apurado no trimestre imediatamente anterior (247,7 kg/carcaça) e que no 4o trimestre de 2014 (241,5 kg/carcaça). Contribuiu para esse aumento, a maior participação de machos – em geral mais pesados que as fêmeas – no abate total . Verificou-se que no 4° trimestre de 2015 também ocorreu a menor participação do abate de fêmeas (33,3%) do período apresentado (últimos seis anos). O último valor menor que esse, na série histórica dos 4os trimestres iniciada em 1997, havia ocorrido em 2002 (30,0%).
O abate de 831,40 mil cabeças de bovinos a menos no 4o trimestre de 2015, em relação a igual período do ano anterior, foi impulsionado por reduções no abate em 22 das 27 Unidades da Federação. As principais quedas ocorreram em: Mato Grosso (-252,59 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (-144,76 mil cabeças), Minas Gerais (-110,67 mil cabeças), São Paulo (-79,81 mil cabeças), Pará (-78,04 mil cabeças), Goiás (-51,39 mil cabeças), Bahia (-27,28 mil cabeças), e Paraná (-25,01 mil cabeças). Parte dessas quedas foi compensada por aumentos nas outras cinco UFs, com destaque ao Maranhão (+11,22 mil cabeças) e ao Rio Grande do Norte (+3,30 mil cabeças). No ranking das UFs, Mato Grosso continua a liderar amplamente o abate de bovinos, seguido por Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Segundo o indicador Esalq/BM&F Bovespa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea, as médias mensais dos preços da arroba bovina de janeiro a dezembro de 2015 mantiveram-se mais altas que as dos respectivos meses de 2014. No 4o trimestre de 2015, os preços divulgados pelo Cepea variaram entre R$ 144,79 e 149,88 a arroba, com média de R$ 147,63 por arroba. No mesmo período do ano anterior, variaram entre R$ 128,01 e 145,48, com média de R$ 139,78 por arroba. A variação entre as médias dos 4os trimestres 2015/2014 foi de 5,6%.
De acordo com o IPCA/IBGE (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o indicador oficial da inflação brasileira, todos os cortes de carne bovina tiveram incrementos de preços no acumulado de janeiro a dezembro de 2015, e quase todos acima do Índice geral da inflação.
Segundo dados do Secex, no 4o trimestre de 2015, as exportações brasileiras de carne bovina in natura aumentaram em volume, faturamento e preço médio da tonelada no comparativo com o trimestre imediatamente anterior, entretanto, decresceram frente ao 4o trimestre de 2014.
Hong Kong (17,4%), China (17,1%), Egito (14,2%), Rússia (12,9%), Irã (7,6%), Venezuela (5,7%), Chile (4,4%), Itália (3,2%), Vietnã (1,8%) e Holanda (1,6%) foram os dez principais destinos da carne bovina in natura brasileira no 4o trimestre de 2015, respondendo juntos por 85,9% da carne exportada. Nesse período, o produto foi exportado para 72 destinos diferentes.
Participaram da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, no 4o trimestre de 2015, 1.193 informantes de abate de bovinos. Dentre eles, 200 possuíam o Serviço de Inspeção Federal (SIF), 389 o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e 604 o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 77,7%; 17,4% e 5,6% do peso acumulado das carcaças produzidas. Todas as UFs apresentaram abate de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária.
Aquisição de Couro
No 4o trimestre de 2015, os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro – aqueles que curtem pelo menos 5.000 unidades inteiras de couro cru bovino por ano – declararam ter recebido 8,28 milhões de peças inteiras de couro cru bovino. Essa quantidade foi 2,4% maior que a registrada no trimestre imediatamente anterior e 5,8% menor que a registrada no 4o trimestre de 2014. Quanto à origem do couro, a maior parte teve procedência de matadouros e frigoríficos, seguida pela prestação de serviços, respondendo juntas por 90,0% do total das peças recebidas pelos curtumes no 4o trimestre de 2015.
A redução de 505,98 mil peças inteiras de couro, em nível nacional, no comparativo dos 4os trimestres 2015/2014, foi impulsionada pela diminuição do recebimento de peles bovinas em 13 das 20 Unidades da Federação que possuem pelo menos um curtume ativo enquadrado no universo da pesquisa. As principais quedas absolutas foram registradas em: Mato Grosso (-298,21 mil peças), Pará (-126,29 mil peças), Goiás (-90,51 mil peças), São Paulo (-60,47 mil peças) e Minas Gerais (-57,48 mil peças). Parte dessas quedas foi compensada por aumentos em outras UFs, destacando-se: Rondônia (+104,23 mil peças), Tocantins (+77,59 mil peças) e Maranhão (+34,1 mil peças). No ranking das UFs, Mato Grosso continua liderando amplamente o recebimento de peles pelos curtumes, seguido por Mato Grosso do Sul e São Paulo.
No 4o trimestre de 2015, 99,98% das peles recebidas pelos curtumes foram curtidas. O método mais utilizado para o curtimento foi ao cromo (96,1%), seguido pelo ao tanino (3,1%) e por outros métodos de curtimento (0,8%). O cromo foi utilizado em 19 das 20 UFs que tiveram pelo menos um curtume enquadrado no universo da pesquisa. Apenas Santa Catarina não utilizou cromo no curtimento. O tanino foi utilizado em nove UFs: Paraná (com 33,8% do total de peles curtidas ao tanino), Santa Catarina (32,1%), São Paulo (11,2%), Rio Grande do Sul (8,0%), Minas Gerais (6,0%), Goiás (4,3%), Pará (3,4%), Pernambuco (1,0%) e Rondônia (0,3%). Outros métodos de curtimento foram declarados por curtumes de São Paulo (com 37,7% do total curtido por outros métodos), Goiás (32,7%), Mato Grosso do Sul (15,0%) e Minas Gerais (14,5%).
A diferença entre o total de peças inteiras de couro cru de bovino recebido pelos curtumes (Pesquisa Trimestral do Couro) e a quantidade de bovinos abatidos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária (Pesquisa Trimestral do Abate de Animais) pode ser entendida como uma proxy do abate não-fiscalizado. Contrastando as séries históricas dessas duas variáveis, pode-se inferir que o abate não-fiscalizado tem diminuído com o passar dos anos, chegando ao patamar de 7,1% no 4o trimestre de 2015.
Participaram da Pesquisa Trimestral do Couro, no 4o trimestre de 2015, 108 curtumes. Amazonas, Amapá, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e Distrito Federal são as únicas Unidades da Federação que não possuem curtumes elegíveis ao universo da pesquisa.
Produção Animal no acumulado do ano de 2015
Em 2015, foram abatidas 30,64 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária, representando queda de 9,6% em relação ao ano anterior (33,91 milhões de cabeças).
A produção de 7,49 milhões de toneladas de carcaças bovinas em 2015 foi 7,1% menor que a registrada no ano anterior (8,06 milhões de toneladas). Como não há variações acentuadas do peso médio das carcaças entre os anos, a série histórica anual do peso acumulado das carcaças tende a seguir o mesmo comportamento da série do abate de bovinos.
O peso médio das carcaças bovinas foi de 244,5 kg/animal em 2015; sendo 6,7 kg maior que o do ano anterior. Esse aumento é justificado pela redução na participação de fêmeas no abate total de bovinos (ou aumento da participação machos, que em geral são mais pesados). A participação de fêmeas no abate total foi de 38,9% em 2015. Valor menor que esse ocorreu por último em 2010 (36,1%).
O abate de 3,27 milhões de cabeças de bovinos a menos no comparativo 2015/2014, foi impulsionado por reduções em 23 das 27 Unidades da Federação. As principais quedas ocorreram em Mato Grosso (-811,42 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (- 532,31 mil cabeças), São Paulo (-471,46 mil cabeças), Minas Gerais (-399,57 mil cabeças), Goiás (-348,91 mil cabeças), Paraná (-203,74 mil cabeças), Bahia (-153,91 mil cabeças), Rondônia (-99,77 mil cabeças), Rio Grande do Sul (-63,76 mil cabeças) e Tocantins (-56,56 mil cabeças). Parte dessas quedas foi compensada por aumentos no Pará (+23,53 mil cabeças), no Rio de Janeiro (+17,01 mil cabeças), em Santa Catarina (+7,44 mil cabeças) e no Maranhão (+5,61 mil cabeças). O Estado do Mato Grosso, mesmo apresentando queda de 15,2%, continuou liderando amplamente o ranking das UFs em 2015, seguido por Mato Grosso do Sul e Goiás.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 2015, as exportações brasileiras de carne bovina in natura sofreram reduções de 12,1% em quantidade e 19,5% em faturamento, no comparativo com o ano anterior (Tabela II.1). As maiores quedas absolutas foram geradas por reduções na Rússia (-140.753 t), Hong Kong (-86.434 t) e Venezuela (-76.282 t), compensadas parcialmente por aumentos das importações por alguns destinos, em especial China (+97.372 t), Irã (+36.614 t) e Egito (+24.363 t). O preço médio ponderado da carne bovina in natura exportada em 2015 (US$ FOB/kg 4,32) foi 8,4% inferior ao de 2014 (US$ FOB/kg 4,72).
Segundo o indicador ESALQ/BM&F Bovespa do Cepea, o preço médio da arroba bovina foi de R$ 145,42 em 2015, variando de R$ 139,03 a R$ 150,65. No ano anterior, o preço médio foi de R$ 126,29, variando de R$ 112,64 a R$ 145,48. No comparativo 2015/2014, verificou-se aumento do preço da arroba bovina de 15,15%. Esse aumento foi acima do Índice geral da inflação de 2015 (10,67%) calculado pelo IBGE/IPCA. Os preços dos cortes bovinos vendidos ao consumidor aumentaram de 3,99% a 18,10% em 2015, dentre os 13 cortes acompanhados pelo IPCA.
Participaram da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, na média dos quatro trimestres de 2015, 1.207 informantes de abate de bovinos. Dentre eles, 207 possuíam o Serviço de Inspeção Federal (SIF), 393 o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e 607 o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 78,1%; 16,4% e 5,5% do peso acumulado das carcaças produzidas. Todas as UFs apresentaram abate de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária.
Aquisição de Couro
Em 2015, os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro – aqueles que curtem pelo menos 5.000 unidades inteiras de couro cru bovino por ano – declararam ter recebido 32,55 milhões de peças inteiras de couro cru bovino. Essa quantidade foi 10,5% menor que a registrada no ano anterior. Quanto à origem do couro, a maior parte teve procedência de matadouros e frigoríficos, seguida pela prestação de serviços, respondendo juntas por 89,8% do total das peças recebidas pelos curtumes em 2015.
A redução de 3,83 milhões de peças inteiras de couro, em nível nacional, no comparativo 2015/2014, foi impulsionada pela diminuição do recebimento de peles bovinas em 16 das 20 Unidades da Federação que possuem pelo menos um curtume ativo enquadrado no universo da pesquisa. As principais quedas absolutas foram registradas para Mato Grosso (-751,26 mil peças), Paraná (-699,42 mil peças), Rio Grande do Sul (-564,36 mil peças), Mato Grosso do Sul (-522,31 mil peças), Goiás (-448,5 mil peças), Minas Gerais (- 404,7 mil peças), São Paulo (-263,62 mil peças), Bahia (-230,34 mil peças) e Pará (-223,89 mil peças. Parte dessas quedas foi compensada por aumentos em Rondônia (+389,36 mil peças), Tocantins (+192,6 mil peças), Roraima (+34,4 mil peças) e Maranhão (+15,04 mil peças). No ranking das UFs, Mato Grosso continua liderando amplamente a recepção de peles pelos curtumes, seguido por São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Em 2015, 99,97% das peles recebidas pelos curtumes foram curtidas. O método mais utilizado para o curtimento foi ao cromo (96,6%), seguido pelo ao tanino (2,9%) e por outros métodos de curtimento (0,5%). O cromo foi utilizado em todas as 20 UFs com pelo menos um curtume enquadrado ao universo da pesquisa. O tanino foi utilizado em 10 UFs: Santa Catarina (com 33,2% do total de peles curtidas ao tanino), Paraná (23,6%), Rio Grande do Sul (18,6%), São Paulo (11,7%), Minas Gerais (8,3%), Pernambuco (1,8%), Goiás (1,2%), Pará (1,0%), Rondônia (0,5%) e Mato Grosso do Sul (0,1%). Outros métodos de curtimento foram registrados por curtumes em São Paulo (com 65,7% do total curtido por outros métodos), Goiás (19,3%), Mato Grosso do Sul (6,0%), Minas Gerais (7,2%) e Piauí (1,8%).
A diferença entre o total de peças inteiras de couro cru de bovino recebido pelos curtumes (Pesquisa Trimestral do Couro) e a quantidade de bovinos abatidos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária (Pesquisa Trimestral do Abate de Animais) pode ser entendida como uma proxy do abate não-fiscalizado. Contrastando as séries históricas dessas duas variáveis (Gráfico II.14), pode-se inferir que o abate não-fiscalizado tem diminuído com o passar dos anos, chegando ao patamar de 5,8%, em 2015.
Fonte: IBGE
Fonte: Canal do Produtor