Passada a semana do susto e da destruição causada pelo granizo no Rio Grande do Sul, levantamento da Fetag aponta que, além dos desabrigados e desalojados na cidades, o campo também sofreu muito com a chuva de pedras. Aviários, parreirais e lavouras de hortaliças foram atingidas e os produtores rurais ainda contabilizam os prejuízos.
Vinte minutos foram suficientes para abrir buracos nos telhados e quase destruir os parreirais, dentre outras frutíferas, e lavouras de milho no Vale do Taquari. Em Imigrante, cerca de 200 propriedades situadas em cinco comunidades que ficam na parte mais alta do município acabaram atingidas pela fúria das pedras de gelo que romperam especialmente as telhas de 5mm dos galpões de suínos e aves. Conforme o coordenador da regional, Luciano Carminatti, nesse primeiro momento, o sindicato está agilizando a distribuição de lonas e o próximo passo é levantar os números dos prejuízos junto à Defesa Civil.
Encantado teve pelo menos 300 casas danificados pelo granizo – no interior do município muitos estragos foram causados em aviários. Nova Pádua, Flores da Cunha, Portão, Soledade, Passo Fundo, Sapucaia do Sul, além de municípios da Região Central e da Serra também registraram chuva com pedras na noite de ontem.
Em São Marcos, na Serra, pelo menos 30 casas foram atingidas. Parte delas teve o telhado erguido com os ventos ou então ficaram esburacados. A maior parte das moradias está na localidade de Pedras Brancas. As pedras prejudicaram também a agricultura. Em Flores da Cunha, as casas mais atingidas localizam-se em Nova Roma e Monte Bérico.
Os maiores danos foram registrados em Encantado, na Região do Vale do Taquari. Antônio Prado, Flores da Cunha, Imigrante, Nova Bréscia, Nova Pádua, Relvado, Soledade e Putinga foram acrescidos à lista dos municípios atingidos.
O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, avalia que os números mostram o tamanho dos estragos causados pelos temporais e pela queda de granizo. Ele destaca as perdas na produção, na infraestrutura da propriedade e, inclusive, moradia.
- Os temporais escancaram a deficiência da prestação de serviços por parte das concessionárias de energia elétrica, Decorridos oito dias dos primeiros temporais, grande parte das famílias segue sem energia. Por outro lado, cooperativas como a Celetro de Cachoeira do Sul, restabeleceram o serviço em menos de 24 horas – enfatizou.
O dirigente ainda lembra que há pessoas desalojadas e o momento é de solidariedade, dos vizinhos ajudarem na recuperação das propriedades e também com alimentos, se houver necessidade. A partir do levantamento dos prejuízos, a Fetag deve negociar junto aos governos federal e estadual ajuda aos produtores atingidos. E reitera que, aqueles que tinham produção financiada pelo Pronaf devem acionar o seguro junto ao banco.
Fonte: Fetag