A vacinação contra febre aftosa, que começaria em maio no Rio Grande do Sul, foi antecipada para a primeira quinzena de março. A medida, autorizada pelo Ministério da Agricultura (Mapa), foi anunciada ao Canal Rural pelo Secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do estado, Covatti Filho.
“Não temos a data exata de início da campanha ainda, mas ela acontecerá já na primeira quinzena de março. A ministra [Tereza Cristina] estabeleceu essa data, porque até lá as empresas de elaboração da vacina podem trabalhar para fornecer os produtos dentro do prazo.”, explicou o secretário.
Covatti Filho esteve em Brasília nesta quarta-feira, 12, acompanhado do governador do estado Eduardo Leite, para juntos, participarem de uma reunião com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O objetivo principal do encontro foi apresentar as principais demandas do agronegócio para atenuar os efeitos da estiagem que atingiu o estado nos últimos meses. Além disso, a dupla aproveitou a viagem para pedir ao Ministério da Agricultura a antecipação da campanha de vacinação contra a febre aftosa.
De acordo com o secretário, a antecipação da campanha está relacionada à tentativa do governo do estado de mudar o status sanitário em relação à doença.
“Como o Rio Grande do Sul tem que ficar um ano sem vacinar para conseguir a retirada de vez da vacina e nós precisamos fazer o pedido [de fim da imunização] um ano antes para a Organização Mundial [da Saúde Animal] – sendo que eles se reúnem uma vez por ano em maio – então, por isso, que nós precisamos vacinar o rebanho em março. Se fosse pelo rito normal, em maio, daí não conseguiríamos retirar em 2021”, justifica.
Nos últimos meses, o Rio Grande do Sul tem se preparado para pedir a retirada da vacina contra a febre aftosa para a Organização Mundial da Saúde Animal. Auditores do Mapa estiveram no estado em setembro do ano passado analisando a possibilidade de extinção da imunização. Em janeiro de 2020, a pasta enviou ao governo do estado o relatório da auditoria que indicava 18 pontos a serem melhorados até o próximo mês de agosto.
Para Covatti Filho, as exigências mais simples do relatório se referem à adequação de legislação, já as mais complexas demandam a aquisição de 100 veículos novos e a contratação de 150 auxiliares administrativos. O secretário não soube especificar o investimento necessário para as adaptações, mas adiantou que as licitações já estão em elaboração.
Porém, mesmo com todos esses movimentos, o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul disse, em conversa por telefone, que o estado ainda não tem uma decisão tomada sobre o fim da imunização. Autoridades decidirão até a próxima semana se o pedido de retirada da vacina será protocolado ou não.
“Resumindo, não é uma prerrogativa de que a gente vai se tornar um estado livre de aftosa sem vacinação. Na verdade, essa antecipação, se a gente não tivesse feito, [seria um sinal de que] a gente já teria uma decisão formada de que não iríamos querer o fim da imunização”, finaliza.
Entre os pontos positivos da evolução do status sanitário estão a abertura de mercados internacionais e o ganho de valor à proteína animal comercializada. Entre os negativos está, segundo Covatti Filho, a necessidade de redobrar a atenção na defesa a fim de evitar contaminações e, consequentemente, prejuízos aos produtores.
Fonte: Canal Rural