A goiaba não figura na lista dos principais plantios da fruticultura do Paraná, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Conforme levantamento de 2014, o mais recente disponí- vel, a cultura ocupou 637 hectares para uma produção de 16 mil toneladas, com Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 39,7 milhões. Frutas como a banana, melancia, tangerina e laranja, por exemplo, ultrapassaram as 100 mil toneladas no mesmo ano, com destaque para última que se aproximou de 1 milhão de toneladas.
Mesmo assim, a goiaba de mesa produzida em Carlópolis, município da região do Norte Pioneiro do Estado, tem conquistado destaque nacional e, em breve, deve chegar ao mercado internacional. Esses feitos são consequências diretas de uma série de ações como registro de Indicação Geográfica (IG), certificação das propriedades e Manejo Integrado de Pragas (MIP), fazendo da goiaba made in Carlópolis uma referência para outras fruticulturas paranaenses.
“Os produtores de Carlópolis são um exemplo de como deverá ser a fruticultura empresarial. Os conceitos aplicados como manejo do solo, cobertura verde, cuidado praticamente exclusivo com cada pomar são fundamentais para obter um fruto de qualidade”, aponta o engenheiro-agrônomo da Seab, Paulo Andrade, relembrando de outros casos de sucesso no Estado como a produção de uva em Marialva, na região Norte, e o morango na Região Metropolitana de Curitiba, o cultivo do fruto vermelho na RMC recentemente foi reportagem deste Boletim.
A principal preocupação dos produtores de Carlópolis é com o manejo integrado das áreas de goiaba. O trabalho é minucioso e passa pela adoção de boas práticas agrícolas, separação dos pomares em talhões e o ensacamento individual do fruto, com um pacote de papel semelhante àquele usado para armazenar pipoca. Essa metodologia, apesar de trabalhosa, afinal são, em média, 600 frutas por árvore, permite a proteção contra pragas, insetos, passarinho e intempéries climáticas como o vento e, consequentemente, o menor uso de agrotóxicos.
“Quem é casado e produz goiaba dá mais atenção aos frutos do que a esposa”, brinca Cilso Rodrigues de Almeida, vice-presidente da Associação dos Olericultores e Fruticultores de Carlópolis (APC), fundada em 1994. “A planta é perene e precisa de cuidado 365 dias por ano”, complementa.
Atualmente, entre as dezenas de frutas e hortaliças comercializadas pela entidade, a goiaba é o carro-chefe. Os 38 produtores associados envolvidos com o fruto (são 74 vinculados a Associa- ção) somam 100 mil pés, o que permite, em média, produzir seis mil toneladas/ano, entregues nas Ceasas de Curitiba e Londrina e na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). “O número de produtores está aumentando e, consequentemente, a produção”, destaca Almeida.
O município de Carlópolis produz 10,3 mil toneladas de goiaba, 65% do total estadual, em uma área de 346 hectares. O fruto gera VBP de R$ 25 milhões na cidade. Lindianópolis, segundo maior produtor no Paraná, produz apenas 1,2 mil toneladas. O fruto vistoso e saboroso que chega a mesa do consumidor é reflexo do constante aperfeiçoamento da técnica adotada na cultura. Os produtores participam frequentemente de cursos, alguns promovidos pelo SENAR-PR, além de receberem orientação da APC.
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Fonte: Sistema FAEP