<P>Segundo maior produtor nacional de soja, o Paraná adotou uma medida ousada para tentar barrar a proliferação da ferrugem asiática nas lavouras. Em portaria publicada nesta quarta-feira, estabeleceu um período específico para o plantio da cultura que, na prática, proíbe a segunda safra dentro do mesmo ciclo de verão. </P> <P>Quem descumprir a norma, corre o risco de punições que vão desde uma simples advertência até destruição da plantação e multa.</P> <P>Diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Kroetz, fala não em proibição, mas em “calendarização do plantio”. Ficou estipulado que a semeadura da soja deve ocorrer de 16 de setembro a 31 de dezembro, com vazio sanitário de 15 de junho a 15 de setembro. </P><STRONG> <P><STRONG>Leia todas as últimas notícias de Zero Hora</STRONG></P> <P> </STRONG>A produção de uma segunda colheita, fora da janela determinada, favoreceu o aparecimento da ferrugem, doença causada por fungo. E o uso intensivo de fungicidas começou a causar a perda da eficiência.</P> <P>– Essa solicitação é da área técnica. Em alguns casos, os fungicidas não estão mais funcionando. Há produtos que tinham 85% de ação e hoje não têm nem 20% – alerta Kroetz.</P> <P>Claro que em regiões onde há a safrinha, a medida, que passa a valer a partir do ciclo 2016/2017, preocupa. Entidades do setor, no entanto, manifestaram apoio.</P> <P>A opção, segundo Kroetz, foi garantir a qualidade da produção da primeira safra, plantada em mais de 5 milhões de hectares, em detrimento daquela colhida em 132 mil hectares na segunda.</P> <P>No Rio Grande do Sul, muitos produtores também têm antecipado o plantio de milho para conseguir fazer uma segunda safra, no mesmo ciclo, de soja. É uma oportunidade de ampliar os rendimentos. Mas os riscos também são grandes, já que o cultivo é feito no limite do calendário e, muitas vezes, fora dele, quando o produtor fica sem as garantias do período oficial.</P> <P>Não existem dados compilados sobre a área da safrinha no Estado, mas a estimativa indica que pode ser de 100 mil hectares. </P> <P>– Plantar ou não a safrinha ainda é uma decisão muito empírica do produtor, não é planejada. A pesquisa tem de responder a essa demanda – avalia Alencar Rugeri, assistente técnico estadual da Emater. </P> <P>No Rio Grande do Sul, Secretaria da Agricultura e Embrapa iniciaram ainda na Expointer uma conversa para tratar do calendário de plantio, ditada justamente por essa expansão da soja nos quatro cantos do Estado.</P>
Fonte: Campo e Lavoura
Redação
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