O descobrimento de um gene que transporta açúcares às sementes de cereais pode ajudar na criação de novas variações de alto rendimento de alimentos como arroz e milho, segundo revela um estudo publicado pela revista britânica “Nature”.
Esse gene, identificado por um grupo de cientistas dos Estados Unidos e da França, pode ser o responsável pelas grandes diferenças de tamanho apresentadas entre as sementes de cereais cultivadas por produtores atualmente em relação às silvestres.
Em comunicado divulgado pela “Nature”, os autores do estudo lembram que os primeiros agricultores selecionaram as maiores sementes para cultivar cereais, como arroz e milho, porque acreditarem que elas apresentavam um valor nutricional mais alto.
O tamanho do grão, explicam os cientistas é determinado por um processo de “recheio de sementes” pelo qual os açúcares são incorporados ao interior delas.
- O processo do ‘recheio de sementes’ gera plantas de melhor rendimento. Um melhor entendimento desse processo poderia ajudar a melhorar os cultivos – indica o estudo, liderado pelo especialista Davide Sosso, da Universidade de Stanford (Califórnia).
Sosso e sua equipe descobriram que um gene presente no milho, denominado “ZmSWEET4c”, é responsável pelo processo de “rechear as sementes”, cuja células transportam açúcares como glicose e frutose.
Ao comparar as sequências genéticas de milho cultivado por agricultores seu antepassado silvestre, os cientistas detectaram que no processo de “domesticação” ocorreu uma mutação do “ZmSWEET4c”.
Os especialistas também encontraram no arroz o gene “OsSWEET4″, relacionado ao “ZmSWEET4c” e responsável, além disso, pelo processo de “domesticação” desse cereal.
O descobrimento desses “transportadores” de açúcares, destaca o estudo, pode, em última instância, contribuir para a criação de novas variedades de alto rendimento de arroz e milho.
Fonte: Revista Época