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GARANTIA DE POTENCIAL PRODUTIVO

Com material genético diferenciado, grande potencial produtivo e fertilizando cada vez melhor as suas lavouras, protegendo-as contra doenças e pragas, o Rio Grande do Sul vive o desafio nos próximos anos de apostar mais alto na tecnologia se quiser avançar nesse setor.

- Temos uma vocação agrícola extraordinária, mas precisamos olhar com atenção para a inovação se quisermos ser mais competitivos – alerta o professor titular da Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm), Telmo Jorge Carneiro Amado.

E ele fala com grande conhecimento de causa, já que é um dos responsáveis pelo Projeto Aquarius, que em 2015 completou 15 anos. A inciativa se propõe a desenvolver o ciclo completo da agricultura de precisão, técnica que envolve o uso de tecnologia da informação para garantir a aplicação de insumos de acordo com as variabilidades de solo, planta e clima. A sede do projeto é a cidade de Não-Me-Toque, que foi denominada a capital nacional da agricultura de precisão por decreto federal.

Atualmente, os pesquisadores trabalham em sete áreas agrícolas na região do Alto Jacuí. No princípio de tudo, quando a fase ainda era de avaliação se a agricultura de precisão era viável de ser implantada no Rio Grande do Sul e no Brasil, os trabalhos foram conduzidos em 15 municípios diferentes. Tudo para poder testar a técnica em uma diversidade de clima, solo e tamanho de propriedade. Os trabalhos nesta época consistiam de amostragem de solo georreferenciada, geração de mapas de colheita e aplicação de insumos à taxa variada. Com a eficiência comprovada, as pesquisas passaram a se concentrar em um número menor de propriedades, mas com uma maior intensificação das ações visando desenvolver o ciclo completo e testar inovações tecnológicas.

O modelo de interação criado é um dos motivos do sucesso do Aquarius. Além da participação dos professores em pesquisas fora dos muros da universidade, foram selecionados agricultores inovadores para serem parceiros, que cedem áreas experimentais para a realização dos estudos.

Os responsáveis pelas áreas participam ativamente das pesquisas. Bem como um grupo de empresas do setor de agronegócios, como Stara, Pioneer, Yara e Cotrijal. Desde que o projeto foi criado, já foram desenvolvidas oito máquinas agrícolas para atender as especificidades da agricultura de precisão.

- Antes esse maquinário precisava ser importado, pois não tínhamos tecnologia nacional capaz de dar suporte à agricultura de precisão. Com isso, o custo era proibitivo – relembra Amado, que atua no Departamento de Solos do Centro de Ciências Rurais da UFSM.

Os resultados são animadores. Quando o Aquarius foi criado, a média de produtividade de soja no Estado era 28,3 sacas por hectare. Em 2015, na última safra, chegou a 50. Na última safra, nas áreas que estão sendo trabalhadas pelo projeto, a média de produtividade de soja ficou em 70 sacas por hectares, sendo que um dos produtores chegou a alcançar 104,4 por hectare.

 – Além de aumentar a produtividade, a agricultura de precisão ajuda na estabilização temporal da produtividade, inclusive tendo menor perda nos anos com ocorrência de déficit hídrico – explica o pesquisador.

Fonte: Jornal do Comércio



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