Considerados os preços atualmente registrados pelo boi em pé e pelo frango vivo no interior paulista – ao redor de R$230,00/arroba e, no máximo, R$3,20/kg, respectivamente – constata-se que o valor recebido pelo avicultor por quilograma de frango comercializado corresponde (no máximo, nunca será demais repetir) a 20% do valor pago ao pecuarista pelo mesmo volume de boi em pé (valor da arroba convertido em quilogramas).
Pois essa é, aparentemente, a pior (para o frango) relação de preços registrada pelos dois produtos em todos os tempos. E, curiosamente, sucede (com poucos meses de diferença) a melhor relação de preços registrada nos últimos seis anos e meio.
Rememorando, em meados do primeiro semestre de 2019, após meses de alta oferta e baixa remuneração, a produção de frangos sofreu forte retração. Foi quando se atingiu a melhor cotação – de 2019 e, nominalmente, de todos os tempos – R$3,60/kg. Então, enfrentando a desvalorização típica do período de entressafra, os preços do boi refluíam ao menor valor do corrente exercício – pouco mais de R$150,00/arroba. Foi quando a relação de preços entre os dois produtos chegou a 35%.
Notar, porém, que o frango já registrou momentos bem melhores que esse. Em 2012, por exemplo, após quase todo um exercício de elevados custos, de alta produção e de baixo retorno financeiro, o setor, como um todo, sofreu um esvaziamento que culminou em profunda redução da oferta e, naturalmente, em significativa recuperação de preços. Na ocasião, o preço do frango vivo alcançou valor superior a 45% do preço do boi em pé.
De forma geral, os casos extremos ora apontados (inclusive a baixa relação atual) são anormais, o que não significa que os preços do frango não sejam decrescentes no decorrer do tempo. Vinte anos atrás, em 1999, a relação entre os dois produtos ficou em 41%; dez anos depois (2009) recuou para 39,5%; neste ano se encontra em 38,5%.
Fonte: Avisite