Entre os
meses de outubro e dezembro ocorreram as cerimônias de encerramento das 15
turmas do programa Aprendizagem de Adolescentes e Jovens (AAJ), do SENAR-PR,
realizadas ao longo de 2019. As atividades ocorreram nas usinas do grupo Santa
Terezinha localizadas nos municípios de Iguatemi, Paranacity, Ivaté/Umuarama,
Tapejara/Moreira Sales, Cidade Gaúcha, Rondon e Terra Rica; e também nas
empresas Granja Real, em Pato Branco, e Ipê Agropecuária, em Luiziana. A turma
do AAJ na Globoaves, em Cascavel, finaliza as atividades apenas em 2020.
Voltado a
jovens entre 14 e 24 anos, conforme estabelece a Lei 10097/00, conhecida como
Lei do Menor Aprendiz, o AAJ prepara as novas gerações do campo para o mercado
de trabalho. Para isso, o programa leva esse público para dentro de um ambiente
produtivo, para que aprendam, na prática, uma competência profissional. O
resultado é bastante positivo, em média, 70% dos aprendizes acabam contratados
ao final do programa.
É o caso do
jovem Giuseppe Salvatore Napoli, 18 anos, que realizou o AAJ na usina de
Rondon, na região Noroeste. “Eu pensava em entrar numa faculdade, mas não sabia
qual curso fazer. No AAJ tive contato com a parte de mecânica e acabei me
identificando. É um programa muito bom, além da chance de aprender na prática.
E ainda, a gente é remunerado APRENDIZAGEM por isso. É uma oportunidade única
para muitos jovens”, afirma o estudante, que decidiu prestar vestibular para o
curso de engenharia mecânica após a experiência.
O AAJ tem
duração entre 800 a 1,2 mil horas, dependendo da atividade da empresa em que é
realizado, sendo sempre metade da carga horária destinada à prática
profissional. O programa é dividido em três fases. A primeira é o Núcleo Básico
no qual os participantes desenvolvem competências comportamentais (gestão de
pessoas, comunicação, liderança, cidadania, etc.). Na sequência vem o Núcleo
Específico, no qual os aprendizes abordam os conteúdos voltados à atividade
profissional que irão desenvolver. No caso das usinas, a mecânica e a
manutenção de tratores e máquinas. A terceira fase é a Prática Profissional,
que, no caso das empresas do Grupo Santa Terezinha, ocorre nas oficinas das
usinas. É nesta etapa que os aprendizes irão colocar a mão na massa e aprender
na prática uma atividade produtiva.
Ao longo
deste processo, os alunos do AAJ passam por diversos departamentos
(borracharia, elétrica de caminhões, administrativo, etc.). Quando se
identificam com algum, eles se aprofundam naquela atividade. Esta estrutura
serve não apenas para fazer com que o aluno encontre sua vocação, mas que tenha
conhecimento do processo produtivo como um todo.
Apadrinhamento
Quando o
aprendiz se fixa em um departamento, entra em cena a figura do “padrinho”,
profissional da empresa que irá ensinar ao jovem aquela atividade,
acompanhando-o ao longo de todo processo. Cada aluno do AAJ tem um padrinho
designado.
No caso de
Napoli, seu padrinho foi um funcionário do setor de tornearia da Usina, que
ensinou, além do ofício, questões práticas de como se portar em um ambiente
profissional, no que tange à responsabilidade e à seriedade da função.
“Vejo que a
maior dificuldade dos aprendizes é se adaptar às regras de uma empresa. Como a
usina é uma empresa grande, ela tem procedimentos internos muito taxativos.
Questão de rotina, ponto, uso do EPI, acaba sendo tudo novidade para eles”,
observa Marcio Saldeira, encarregado de treinamento na usina de Rondon.
Segundo o
profissional, é visível a transformação por que passam os jovens que iniciam o
programa. “Existe um crescimento muito grande desses jovens, no que se refere à
responsabilidade, seriedade. Esse momento da oportunidade do primeiro emprego
fica marcado na vida de cada um deles”, avalia.
Ingresso
Para
participar do AAJ, é obrigatório que o jovem esteja frequentando as aulas, ou
que já tenha concluído o Ensino Médio. Desta forma o programa ocorre no
contraturno escolar. “É obrigatório estar estudando”, sentencia a instrutora do
SENAR-PR, Marlene Fátima Calzavara, que ministra aulas no AAJ.
“O programa
também contribui para a vida es – colar. Antes de entrar na empresa o jovem não
é cobrado, mas quando passa a fazer parte do programa tem que se adequar às
responsabilidades da vida profissional. Então ocorre um amadurecimento muito
grande e isso repercute na sala de aula”, avalia a instrutora.
Segundo a
pedagoga do SENAR-PR e responsável pelo AAJ, Regiane Hornung, nestes dez anos
de existência do programa, as empresas perceberam a importância da iniciativa.
“O jovem hoje está desprovido de competências, habilidades e atitudes. No AAJ,
ele passa por uma transformação. Isso é possível porque o nosso programa tem
dois diferenciais muito importantes: a metodologia e as parcerias que são
desenvolvidas com as empresas”, afirma.
Essa percepção pode explicar a evolução da iniciativa que vem ganhando corpo a cada ano que passa. Desde 2010, primeiro ano, quase 1,5 mil jovens já concluíram o programa. Para 2020, a expectativa é de continuar neste caminho. “Estão previstas mais turmas para o ano que vem”, adianta Regiane.
Leia a matéria completa no Boletim Informativo.
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Fonte: Sistema FAEP