A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) vão construir uma agenda conjunta com a finalidade de discutir junto ao governo federal as principais propostas de interesse do setor, para promover o desenvolvimento do setor de florestas plantadas no país. A pauta vai abordar, entre outros pontos, a elaboração de uma lista de prioridades para ser levada à 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-21), que acontece em dezembro, em Paris. O tema foi discutido nesta quarta-feira (02/09), em Brasília, pelos presidentes da CNA, João Martins, e da IBÁ, Elizabeth de Carvalhaes, na sede da CNA.
Uma das ideias é mostrar o exemplo brasileiro de capacidade de sequestro de carbono com as florestas plantadas e propor incentivos econômicos aos produtores rurais para a baixa emissão de gases pela atividade florestal, a partir de índices de emissão reconhecidos internacionalmente. O país tem, atualmente, capacidade de captação de carbono de 140 milhões de toneladas/ano, além de 1 bilhão de toneladas estocadas, segundo a presidente da IBÁ. Assim, além de lançar menos substâncias nocivas ao meio ambiente, o produtor rural pode obter ganhos econômicos com as tecnologias sustentáveis. Assim, o segmento florestal pode dar contribuição expressiva para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
- A maior captação de carbono na agricultura vem das florestas e esse benefício precisa ter um valor de mercado. O produtor precisa receber por isso – destacou Elizabeth.
Por sua vez, João Martins anunciou apoio a agenda, afirmando que acompanha de perto toda a atividade florestal na Bahia, onde atua como presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do estado (FAEB). A Bahia é um dos maiores polos de florestas plantadas no país.
- Vamos fazer uma agenda positiva – enfatizou.
Segundo ele, o Brasil além de ter diminuído o desmatamento nos últimos anos, também incorporou à produção tecnologias diferenciadas de baixa emissão de carbono.
A presidente da IBÁ falou, ainda, sobre o aumento da demanda mundial por madeira, em substituição às fontes de energias fósseis. Desta forma, acrescentou Elizabeth, em 2040, serão necessários, pelo menos, 250 milhões de hectares de florestas plantadas.
O Brasil hoje é o maior produtor mundial de madeira, com produtividade de 40 metros cúbicos/hectare/ano, bem à frente do Chile, segundo colocado (15m3/hectare/ano). O país também se destaca na engenharia genética no setor florestal, o que pode ampliar ainda mais a produtividade.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA