A feira Hortifruti & Foods Brasil Show, que aconteceu desde terça-feira em Curitiba e encerrou nesta quinta-feira, deve movimentar mais de R$ 2 milhões em negócios. O evento apresenta a primeira mostra brasileira de produtos do agronegócio com indicação geográfica. São produtos registrados no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (Inpi) por fazerem parte de uma determinada região e apresentarem algum diferencial. No Brasil, há 40 indicações geográficas registradas no instituto.
No Paraná, por enquanto, apenas o café da região do Norte Pioneiro obteve a indicação. A região envolve 45 municípios e cerca de 7 mil produtores que são responsáveis por 90% da produção paranaense do grão. O café em grão verde na região é obtido de diversas variedades da espécie coffea arabica.
O consultor de negócios do projeto do Norte Pioneiro, Odemir Vieira, contou que, depois que foi obtido o registro de indicação geográfica, o café ganhou mais visibilidade. Com isso, foi possível iniciar a exportação para Estados Unidos, Japão e países europeus, ainda que em pequena escala. Hoje, o produto é vendido em grão principalmente para cafeterias. Segundo ele, receber a indicação geográfica envolve profissionalização do produtor, segurança alimentar e rastreabilidade. Ele destacou que é possível vender este tipo de café especial com preços de 30% a 40% acima de valor de mercado.
Há vários outros segmentos que buscam obter a indicação geográfica no Estado e estão trabalhando para isso. Um deles é o mel de Ortigueira que conta com cerca de 40 produtores. A consultora do Sebrae-PR, Roberta Zuge, disse que o produto já foi caracterizado pelo Iapar em 2009. O mel tem coloração clara e sabor suave, diferencial que é assegurado pelas flores de capixingui (árvove nativa) e de assa-peixe (arbusto nativo) comuns nas pastagens apícolas da região.
Também buscam a indicação geográfica o queijo de Witmarsun, o melado de Capanema, o mel de Jataí, a goiaba de Carlópolis, a uva de Marialva, a farinha de mandioca, o barreado e a bala de banana do Litoral Paranaense, a cachaça de Morretes e a erva-mate de São Mateus do Sul. Segundo a gestora do projeto da cadeia de hortifrutigranjeiros da Região Metropolitana de Curitiba, do Sebrae-PR, Maria Isabel Guimarães, estes produtos devem entrar com a documentação para registro no Inpi no mês de outubro.
Selo
Ainda participam da feira 23 empresas certificadas pelo Selo Alimentos do Paraná, que conquistaram a certificação pelo diferencial em atender as normas de qualidade em processos produtivos e gestão empresarial, e têm como objetivo a segurança e a qualidade dos alimentos.
Para ter esse certificado conferido pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), precisam além de ter qualidade, apresentar uma boa gestão, inclusive envolvendo a parte financeira, fornecedores cadastrados e análises laboratoriais. Ao final, esses indicadores precisam ter 80% ou mais de qualidade. As empresas também passam por auditoria para ter o atestado de conformidade.
O programa Selo Alimentos do Paraná é uma parceria entre o Sebrae-PR e a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). O objetivo é melhorar os processos produtivos dos setores da indústria, agroindústria e distribuidoras de alimentos e bebidas, estimulando negócios e a qualificação para o mercado.
No total, a feira conta com 200 espaços e são esperadas 1.400 empresas compradoras como visitantes. Além da feira, acontecem também rodadas de negócios, oficinas, palestras e workshops. A feira acontece no Centro de Eventos da Fiep, em Curitiba.
Fonte: Folha Web