Atualmente, cerca de 60% de tudo o que sai do campo no estado do Paraná passa pelas estruturas das cooperativas agrícolas. Com plantas cada vez mais modernas, as cooperativas industrializam a produção de seus cooperados e distribuem para o mercado interno e para mais de 100 países. A forma como as cooperativas do Paraná são organizadas e trabalham chamou a atenção da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês).
“Vocês são referência em cultura cooperativista”, disse o representante da FAO no Brasil, o mexicano Rafael Zavala.
Acompanhado de outros três representantes da instituição – Gustavo Kauark Chianca (assessor), Valter Bianchini (representante da FAO no Paraná) e José Roberto Borghetti (consultor) – Zavala foi recebido, nesta terça-feira (17), em Curitiba, pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, pelo superintendente da Fecoopar, Nelson Costa, e pelo gerente técnico Flávio Turra.
“Vim conhecer um dos modelos cooperativistas mais famosos do Brasil. O Sistema Ocepar é um benchmarking, chama muito a atenção”, afirmou.
Segundo ele, o interesse da FAO é discutir possíveis parcerias dentro e fora do Paraná.
“Como FAO, queremos fortalecer instituições, políticas públicas e modelos de negócios que possibilitem oportunidades de desenvolvimento. E o cooperativismo é um caminho eficaz para melhorar a renda e estimular a agricultura sustentável. A intenção, portanto, é replicar o modelo cooperativista do Paraná em outras regiões país, principalmente, no nordeste brasileiro. No estado, o nosso foco é incentivar a adoção de boas práticas cooperativistas nos 50 municípios, dos 399 existentes do estado, em que o IDH é mais baixo”, comentou.
Cooperativas do Paraná
Mais de 170 mil produtores são associados às cooperativas agropecuárias paranaenses, sendo que 77% são pequenos e médios produtores (área de até 50 ha). Na última década, as cooperativas direcionaram boa parte de seus investimentos para diversificar a produção dos cooperados e agregar valor, por meio de processos de agroindustrialização. Graças a isso, o Paraná passou de exportador de matérias-primas para exportador de bens de consumo. Atualmente, cerca de 48% da produção primária dos cooperados paranaenses passam por algum processo de transformação e agregação de valor.
Fonte: DATAGRO