O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) informa que a falta de gasolina de aviação (avgas) pode prejudicar o tratamento de lavouras como soja, cana-de-açúcar e arroz, neste período de desenvolvimento das culturas. “Todas altamente dependentes da aviação agrícola”, alertou o Sindag, em nota. A falta ocorre justamente no momento em que a pulverização aérea é necessária.
Segundo a entidade, a ausência do combustível é verificada desde dezembro em distribuidoras de todo o território nacional. O Sindag relata, ainda, que enviou ofício à direção da Petrobras solicitando informações e cobrando providências para a normalização do serviço. A avgas é produzida somente na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP).
“A escassez estaria sendo causada por uma parada programada para manutenção na linha que atende a aviação. Em virtude disso, a Petrobras estaria importando avgas desde o fim de novembro e os trâmites burocráticos para o desembarque de cargas estaria provocando o desabastecimento”, explicou o Sindicato, baseado em informações de empresários aeroagrícolas.
De acordo com a entidade, metade da frota aeroagrícola do Brasil utiliza a avgas. O País tem 2,1 mil aviões agrícolas, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A situação mais crítica, conforme análise do Sindicato, é a do Rio Grande do Sul, com maior número das aeronaves movida a avgas.
“Há operadores com combustível para voar somente até o fim da semana”, relata a entidade.
O Estado é o terceiro maior produtor nacional de soja e responde por 70% do arroz produzido no País.
“No caso da soja, são 5,78 milhões de hectares que estão agora na fase de aplicação de fungicida preventivo contra doenças como a ferrugem asiática (que pode eliminar uma lavoura inteira em cinco dias). No arroz, são cerca de 1 milhão de hectares em etapas de adubação por cobertura e aplicação de fungicida”, completou o Sindicato.
O quadro também é preocupante em Mato Grosso, maior produtor nacional de grãos, onde a safra de soja está em pleno desenvolvimento, e em São Paulo, Estado que concentra a produção de cana-de-açúcar. Nos arrozais, assim como nos canaviais, não é possível fazer a aplicação de produtos por terra. A estimativa é de que, para abastecer os aviões durante toda a safra, sejam necessários 20 milhões de litros de gasolina para aviação.
Fonte: Globo Rural