A falsa mosca-branca (Aleurothrixus floccosus) é uma praga comum na citricultura, atacando a folhagem das plantas. Na lavoura cafeeira a falsa mosca-branca foi constatada faz 15 anos, inicialmente em mudas, e depois em lavouras adultas, mas não vinha causando problemas, ocorrendo apenas em focos, sem importância econômica.
Neste último ano, entretanto, a falsa mosca-branca passou a preocupar, assumindo uma nova condição de ataque, que se estendeu a cerca de 200 ha de cafezais, na região da Chapada Diamantina (BA).
O ataque ocorreu no período janeiro-maio de 2015, no município de Bonito, a cerca de 1.000 m de altitude. A infestação da mosca ocorreu tanto em lavouras novas, com dois anos de idade, como nas adultas, em cafeeiros de diferentes variedades, em Catuaí, Japy e Acauã.
Folhas atacadas pela falsa mosca-branca, mostrando os resíduos das formas jovens do inseto, na face inferior do limbo foliar – Crédito José
Ataque
A lavoura apresentou ataque na folhagem, onde a mosca atinge a parte inferior das folhas, sendo que ali se desenvolvem as larvas e ninfas, e também ficam pousados os insetos adultos, estes reunidos em grande número por folha.
A maior infestação ocorre nas folhas do topo das plantas, porém, em seguida o ataque tende a descer para os ramos da parte média das plantas. Os dois a três primeiros pares de folhas do ramo são os mais atacados. Com o passar do tempo, algumas folhas secam e caem, embora a desfolha seja lenta e parecendo não ser muito intensa, como ocorre com outras pragas, como o bicho-mineiro, por exemplo.
Na parte inferior do limbo foliar aparece uma crosta, no início branca, depois tomando a cor acizentada e escura, sendo constituída pelo resto das formas jovens da mosca. Em decorrência, forma-se a fumagina e um tipo de mel nas folhas. É possível verificar moscas adultas tanto sobre a face inferior das folhas como voando ao redor dos cafeeiros.
Controle efetivo
Como a falsa mosca-branca possui diversos inimigos naturais, destacando-se fungos do gêneroAschersonia, o qual tem sido detectado em citros, tudo leva a crer que a intensificação do ataque em cafeeiros se deve a algum tipo de desequilíbrio, seja pelo período seco, seja pelo uso continuado de fungicidas, como os cúpricos.
Quanto ao controle da mosca-branca em cafeeiros, nos ataques iniciais vinha sendo efetivo o uso de óleos minerais, mas, ultimamente, eles têm apresentado menor eficiência. Para a cafeicultura não existe nenhum inseticida registrado. Para o controle na citricultura existe o registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de cinco óleos minerais e um produto à base de dimetoato.
Fonte: CaféPoint
Fonte: Canal do Produtor