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FAEP alerta para uso de semente de soja Intacta 2 Xtend

A nova biotecnologia em semente de soja Intacta 2 Xtend, desenvolvida
pela Bayer, começou a ser comercializada no Brasil na safra 2021/22. A novidade
faz parte de uma plataforma biotecnológica para a oleaginosa, reunindo
ferramentas para o produtor rural que compreendem genética e técnicas de
manejo, além de indicação de produtos.

A Intacta 2 Xtend é uma terceira geração de biotecnologia que substitui a
cultivar Intacta RR2 PRO, lançada em 2013, e que atualmente corresponde à 80%
da área plantada do Brasil. A RR2 PRO já possuía tolerância ao herbicida
glifosato e conferia proteção contra quatro lagartas da cultura da soja:
falsa-medideira (Chrysodeixis includens),
lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis),
lagarta-da-maçã (Chloridea virescens)
e broca-das-axilas (Crocidosema aporema).
Com as modificações genéticas, a nova semente passou a ter proteção também
contra a Helicoverpa armigera e à Spodoptera cosmioide e ao herbicida
dicamba. Segundo a Bayer, a biotecnologia atinge um novo patamar, pois continua
cumprindo as metas de sustentabilidade e produzindo com menos recursos. No
entanto, o produtor rural deve ficar atento aos cuidados e recomendações para
aplicação dos herbicidas, principalmente o dicamba – muito utilizado no combate
a plantas daninhas como corda-de-viola, caruru, picão-preto e buva.

“O dicamba pertence a uma classe de herbicidas chamados hormonais ou
auxínicos. É uma classe que promove o crescimento desordenado dos tecidos das
plantas, causado por alterações em processos bioquímicos e fisiológicos,
culminando com a morte das plantas”, explica Ana Paula Kowalski, técnica do
Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR. “Caso as
recomendações de rótulo e bula não sejam estritamente cumpridas, seu potencial
de dano é muito maior em culturas sensíveis, como frutas e hortaliças, ou cultivares
de soja não tolerantes”, complementa.

Cuidados na aplicação

Quando aplicado da forma incorreta, por condições climáticas
desfavoráveis ou utilizando equipamentos inadequados, mal regulados e/ou
calibrados, os danos do dicamba podem ser irreversíveis e de alto impacto na
produção. Outro ponto é a volatilidade do dicamba. O tipo de formulação do
produto comercial à base desse herbicida tem relação direta com os efeitos da
pulverização.

“A eficácia agronômica indicada pela Bayer ocorre no uso associado ao
glifosato sal potássico, que continua sendo a principal ferramenta para
controle de plantas daninhas. O uso com glifosato sal de amônio e sal
isopropilamina não é recomendado, pois aumenta a volatilidade”, ressalta a
técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Ainda, produtores rurais devem ficar atentos às características do
produto a ser utilizado com a Intacta 2 Xtend, de acordo com as recomendações
do fabricante. Formulações antigas com dicamba na forma de sal de DMA possuem
alto potencial de volatilidade e aumentam o risco de toxicidade para cultivos
sensíveis e não tolerantes. “A Bayer recomenda exclusivamente o uso de produtos
à base de dicamba com sal de DGA, que é menos volátil. É fundamental que o
produtor tenha o suporte de uma assistência técnica para avaliar a real
necessidade de uso da biotecnologia e, no caso de adotá-la, para recomendação
adequada do herbicida, seguindo os protocolos corretamente”, destaca Ana Paula.

Para reduzir os riscos de volatilidade e deriva, o produtor rural deve
adotar uma bordadura de 50 metros entre a área de aplicação e culturas
sensíveis, conforme especificado na bula do produto, além da proibição de
aplicação aérea. Mesmo a Intacta 2 Xtend sendo tolerante ao dicamba, a
aplicação deve ser feita apenas até o plantio.

Outras recomendações do fabricante são o treinamento dos operadores de
pulverização em segurança na aplicação do dicamba; uso de redutor de deriva e
volatilidade indicado pela empresa; e uso de pontas de pulverização e pressão
de trabalho que gerem gotas grossas ou ultra grossas. Ainda, quando os
pulverizadores não são utilizados exclusivamente para a soja tolerante numa
mesma propriedade rural, é preciso redobrar os cuidados nas lavagens interna e
externa dos equipamentos.

Planejamento

O amplo controle de plantas daninhas na cultura da soja é um dos pilares
da nova Intacta 2 Xtend. Dessa forma, o uso da biotecnologia é apropriado para
os casos em que os produtores tenham dificuldade no manejo destas plantas. No
entanto, a orientação é que, antes de fazer a compra, o produtor tenha um
planejamento adequado e conheça a realidade da sua lavoura.

“Há uma série de cultivares convencionais ou com outras biotecnologias
associadas para escolha junto às empresas produtoras de sementes. Essas
cultivares atendem os produtores que não possuem dificuldade de controle de
plantas daninhas de folha larga e que adotem outras boas práticas agrícolas,
como o Manejo Integrado de Pragas [MIP] para controle das lagartas”, destaca.

A Embrapa, por exemplo, mantém ativos os programas de melhoramento de
soja convencional, RR e Intacta RR2 PRO. No Paraná, a entidade possui parceria
com a Fundação Meridional para fomentar esses programas e disponibilizar no
mercado sementes com diferentes tecnologias, permitindo variedade de escolha ao
produtor rural. “Independentemente da tecnologia a ser utilizada, é fundamental
que os produtores rurais se organizem junto aos produtores de sementes para que
as demandas por essas cultivares possam ser atendidas dentro do prazo para o
plantio”, aconselha Ana Paula.

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Fonte: Sistema FAEP



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