O seis primeiros meses da safra 2017/2018 terminaram com altas expressivas nos embarques de suco de laranja, uma das principais Commodities do agronegócio brasileiro. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), entre os meses de julho e dezembro de 2017, o volume embarcado de suco de laranja concentrado equivalente 66 graus brix fechou em 584.590 toneladas, um aumento de 23% em comparação com o mesmo período da safra anterior. A receita alcançou US$ 1.051.978.000, valor 26% superior aos US$ 831.848.000 da safra 2016/2017.
Segundo o diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos, Ibiapaba Netto, o aumento nos embarques, embora configure uma boa notícia, deve ser visto com cautela. Isso porque, comenta, o setor passou recentemente pelos mais baixos estoques já registrados e há a necessidade de recomposição desses estoques. “Infelizmente exportação não quer dizer venda”, diz. “A exportação acontece em grandes navios, com volumes muito grandes, mas a venda é realizada caminhão a caminhão, já no exterior, então primeiro se exporta o suco e depois a venda acontece”, explica. “Com estoques baixos é necessária a movimentação de um volume maior de suco para fazer essa recomposição”, analisa.
Para a União Europeia, que compra cerca de 70% do suco de laranja brasileiro, as exportações somaram 361.934 toneladas, um avanço de 23% em relação às 293.440 toneladas na safra anterior. Em termos de valor é possível observar uma valorização de 29% se comparado à safra 2016/2017.
O caso que chama mais atenção, no entanto, é o dos Estados Unidos que recebeu 151.260 toneladas, ante 106.967 toneladas na safra passada, 41% a mais no mesmo período. Em valor, os embarques totalizaram US$ 241.545.000 nos primeiros seis meses, um avanço de 22%. “No caso dos Estados Unidos existe uma demanda potencial de cerca de 400 milhões de litros de suco não concentrado, o NFC, devido aos efeitos do furacão Irma no ano passado e isso representa uma demanda excedente em torno de 70.000 toneladas de FCOJ equivalente a 66 Brix”, comenta Netto. Por essa razão, segundo o executivo, o aumento nos embarques faz sentido. “Não é possível saber se todo o consumo potencial vai se converter em consumo real, para isso teremos que viver para ver, mas certamente temos que estar prontos para atender aquele mercado que é o maior consumidor do mundo”, diz.
Para o Japão, as exportações recuaram 4% com 18.293 toneladas e o faturamento aumentou em 12% com US$ 34.471.000. Para o mercado chinês os embarques avançaram em 12% e alcançaram 18.992 toneladas, com faturamento de US$ 36.887,000, 22% superior ao período anterior. Para outros destinos houve recuo de 17% em volume e aumento de 34% em valor.
Fonte: Canal do Produtor