Mesmo com as turbulências que afetam o mercado de carnes brasileiro ainda apresentando seus efeitos, tanto na área internacional como na doméstica, as exportações totais de carne bovina e processada voltaram a apresentar crescimento em junho na relação com o mesmo mês de 2016 pela segunda vez no ano – o único resultado positivo até aqui tinha sido obtido em janeiro. A movimentação em junho atingiu a 123.291 toneladas contra 121.325 toneladas no mesmo mês do ano anterior (+2%). Para amplificar o bom resultado, os preços também apresentaram comportamento positivo, com um crescimento de 9%: a receita obtida passou de US$ 469,2 milhões em 2016 para US$ 510,3 milhões em 2017. Na carne in natura, que significa quase 80% da movimentação do produto, o valor médio apurado com os embarques em junho foi de US$ 4.214 dólares por tonelada contra US$ 3.929,2 dólares no mesmo mês do ano passado.
As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO) que compilou os números finais de junho divulgados no final da semana pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), através da SECEX/DECEX. Para a entidade, o ambiente no mercado internacional ainda é de oferta restrita e o Brasil deverá continuar sua recuperação nos próximos meses para atingir pelo menos o mesmo patamar de vendas de 2016.
No acumulado de janeiro a junho, as exportações ainda apresentam queda de 8% em volume em relação ao mesmo período de 2016 – 656.560 toneladas neste ano, contra 713.079 no ano passado. Em receita, a queda é de 3%: US$ 2,63 bilhões contra US$ 1,72 bilhões. Entre os principais importadores que ampliaram suas aquisições a China continua em primeiro lugar somando-se Hong Kong com o continente. O primeiro importou 147.549 toneladas no semestre, queda de 6,3% em relação a 2016. Em compensação a China Continental elevou suas compras de 86.846 toneladas para 94.618 toneladas, numa elevação de 8,9%. A Rússia também voltou a apresentar crescimento importante e é segundo maior cliente da carne bovina brasileira: de 69.312 toneladas adquiridas no primeiro semestre de 2016 passou para 94.618 toneladas, crescimento de 8,4%. O Irã também apresentou aumento significativo: foi de 43.495 toneladas para 51.558 toneladas (+ 18,5%), mas o melhor desempenho entre os grandes compradores foi o da Arábia Saudita que elevou suas importações de 15.030 no primeiro semestre de 2016 para 28.053 toneladas no mesmo período de 2017. Os Estados Unidos, país que proibiu recentemente as importações de carne in natura brasileira, também teve resultado positivo: no primeiro semestre de 2017 importou 26.693 toneladas contra 15.581 no ano passado, a maior parte de carne bovina processada.
Já nos principais desempenhos negativos entre os grandes clientes, segundo a ABRAFRIGO, o pior resultado foi o do Egito, cujas importações caíram de 110.800 toneladas nos seis primeiros meses de 2016 para 42.302 em 2017 (-61,8%), devido aos problemas cambiais que aquele país enfrenta. O Chile também reduziu suas importações: de 32.577 toneladas para 26.918 toneladas (-17,4%). Ainda como resultado dos efeitos da Operação Carne Fraca, quase todos os países da Europa Ocidental continuam com restrições e suas importações estão bem abaixo das realizadas em 2016. No resultado geral do semestre, um total de 65 países ampliaram suas aquisições, enquanto que outros 78 diminuíram as importações.
Fonte: Abrafrigo