As receitas das exportações para Coreia do Sul e Japão aumentaram 11% e 7%, respectivamente, em 2016. Entretanto as importações de eletrônicos dos países asiáticos recuaram entre janeiro e maio. Nos cinco primeiros meses do ano, os embarques para sul-coreanos renderam US$ 1,215 bilhão. Já as vendas para japoneses geraram US$ 1,975 bilhão para empresários e produtores brasileiros. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
A pauta de exportação para os dois países é dominadas por commodities. Nos cinco primeiros meses do ano, a Coreia do Sul comprou, principalmente, bagaços e resíduos do óleo de soja (US$ 183 milhões), milho em grão (US$ 164 milhões) e álcool etílico (US$ 134 milhões).
As importações japonesas do Brasil seguiram lógica parecida. Os produtos mais comprados, neste ano, foram milho em grão (US$ 322 milhões), pedaços e miudezas de galos e galinhas (US$ 306 milhões) e minério de ferro (US$ 255 milhões).
Na separação por fator agregado, a venda de básicos representa mais da metade das exportações para os países asiáticos. Neste ano, a Coreia do Sul gastou US$ 864 milhões com commodities brasileiras e o Japão, US$ 1,327 bilhão. As duas quantias cresceram frente aos cinco primeiros meses do ano passado.
Os embarques de mercadorias industrializadas, por outro lado, são bem mais tímidos. Para os sul coreanos, foram vendidos US$ 135 milhões em produtos semimanufaturados e US$ 216 milhões em manufaturados. Os dois montantes aumentaram na comparação com igual período de 2015.
Os japoneses gastaram mais com mercadorias brasileiras de maior valor agregado. As compras de manufaturados chegaram a US$ 339 milhões. Por outro lado, as importações de semimanufaturados recuaram para US$ 303 milhões.
O câmbio favorável foi o principal motivador do aumento das compras japonesas, explica Cesar Ferragi, professor de relações internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Segundo ele, o país asiático reduziu as importações de grande parte do mundo nos últimos anos.
Desde 2011, quando houve o acidente em Fukushima, a economia japonesa vive em compasso de recuperação , completa o professor.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) japonês deve crescer 0,5% neste ano. Para 2017, a previsão é mais pessimista: retração de 0,1% na atividade econômica.
A situação da Coreia do Sul é diferente. Ferragi afirma que o país tem ampliado sua participação no comércio internacional, principalmente pelo avanço de grandes empresas sul coreanas, como a Hyundai e a Samsung.
O crescimento coreano foi muito grande nas últimas décadas, com fortes investimentos públicos em educação e apoio para esses grandes conglomerados , diz.
O FMI estima crescimento do PIB de 2,7%, em 2016, para a Coreia do Sul. No ano que vem, o avanço da atividade econômica deve ser de 2,9%.
Atualmente, japoneses e sul coreanos ocupam, respectivamente, a 5ª e a 11ª posições entre os maiores importadores de produtos brasileiros.
Compras em queda
Com o recuo do câmbio frente aos primeiros meses de 2015 e o desaquecimento da economia brasileira, as compras feitas pelo País despencaram no começo deste ano.
Os gastos com importações da Coreia do Sul caíram 41%, para US$ 1,649 bilhão. Já o montante destinado para compras do Japão diminuiu 37%, baixando a US$ 1,415 bilhão.
A pauta de importação brasileira dos países asiáticos é recheada de produtos industrializados, especialmente eletrônicos. Dos sul-coreanos, as mercadorias mais compradas foram memórias digitais (US$ 107 milhões), partes de aparelhos celulares (US$ 69 milhões) e partes de rádios e televisões (US$ 67 milhões).
Já as importações do Japão tiveram, nas três primeiras colocações, caixas de marchas (US$ 84 milhões), partes de aviões e helicópteros (US$ 47 milhões) e trilhos de aço (US$ 42 milhões).
Para Ferragi, o recuo nas compras brasileiras pode afetar negativamente a economia do País. O Brasil acaba tendo uma defasagem em produtos eletrônicos. Isso prejudica, inclusive, a produção industrial nacional , afirma o professor.
A compra de produtos básicos dos países orientais pelo Brasil é insignificante. Os gastos com importações de commodities japonesas ficaram um pouco abaixo dos US$ 3 milhões. Já para a aquisição destas mercadorias da Coreia do Sul foi usado pouco mais de US$ 1 milhão entre janeiro e maio deste ano.
Sul-coreanos e japoneses ocupam, respectivamente, a 5ª e a 8ª posições entre os países que mais vendem mercadorias para o Brasil em 2016.
Fonte: DCI
Fonte: Canal do Produtor