Os embarques brasileiros de suco de laranja caíram 12 por cento nos seis primeiros meses da safra 2018/19, iniciada em julho, para 516,9 mil toneladas, informou nesta terça-feira a CitrusBR, associação que representa o setor no maior exportador mundial da commodity.
Conforme a entidade, o desempenho nas vendas externas de suco concentrado, congelado, equivalente a 66º brix (FCOJ) reflete a recomposição de estoques e uma menor demanda nos Estados Unidos e na Europa.
“Na safra passada, devido aos estoques muito baixos, houve uma movimentação de suco muito grande justamente para repor esses estoques. Então, além de atender à demanda corrente, foi necessário repor uma quantidade considerável do produto”, disse em nota o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.
Segundo a associação, entre julho e dezembro de 2018 as exportações renderam 968,61 milhões de dólares, queda de 8 por cento em relação a igual período da temporada anterior.
Para a União Europeia, mercado que consome cerca de 70 por cento do suco de laranja brasileiro, as exportações recuaram 8 por cento, para 333,5 mil toneladas, com faturamento 4 por menor, de 625,6 milhões de dólares.
Quanto aos Estados Unidos, a redução foi a mais acentuada, de 26 por cento, para 112,65 mil toneladas. Conforme a CitrusBR, esse resultado nos embarques de suco de laranja já era esperado neste momento pelas indústrias, já que na safra anterior os pomares norte-americanos haviam sido atingidos pelo furacão Irma, em setembro de 2017, e o país precisou importar mais suco.
O faturamento com as exportações de suco para os EUA somou 202,9 milhões de dólares (-23 por cento).
A China, quarto maior mercado consumidor do suco de laranja brasileiro, importou 14,7 mil toneladas (-22 por cento), com receita de 29,9 milhões de dólares (-19 por cento).
“A China tem comprado muito suco não concentrado (NFC) de países como Chipre, Espanha e Israel”, disse Netto.
Já as exportações para o Japão registraram alta de 65 por cento em relação a igual período da safra anterior, para 30,2 mil toneladas.
“Ao que tudo indica, não se trata de um aumento de demanda, mas adiantamento de embarques para esse destino”, ponderou o diretor-executivo da CitrusBR.
Fonte: Reuters