Depois da paralisação de mais de 30 dias do governo norte-americano, que deixou vários setores parados, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) tem trazido boletins para atualizar os números das vendas semanais para exportação. E nesta sexta-feira, os dados referem-se às ultimas seis semanas e correspondem ao perído de 4 de janeiro a 14 de fevereiro de 2019.
Neste intervalo, os EUA venderam 6.531,8 milhões de toneladas de soja, sendo a maior parte destinada à China – 3.992,5 milhões de toneladas. O número total ficou dentro das expectativas do mercado, de 6,1 a 9,6 milhões de toneladas, porém, os dados da nação asiática acabaram decepcionando o mercado, que esperava por um volume consideravelmente maior.
Em todo o ano comercial, as vendas americanas de soja ainda mostram acumulados bem menores do que os da temporada anterior, tornando cada vez mais difícil o alcance do número total estimado pelo USDA para o ano comercial de 51,03 milhões de toneladas. O total americano é de 36.900,8 milhões, contra mais de 44 milhões da temporada anterior.
Um cancelamento de 957,7 mil toneladas, de destinos não revelados, também foi reportado.
Como explica o diretor da ARC Mercosul, Tarso Veloso, os números realmente vieram abaixo do esperado para a China, o que pressiona o mercado em Chicago no início desta tarde de sexta-feira, porém, o mesmo se mostra ainda preso à relação comercial entre chineses e americanos, principalmente com as últimas notícias da proximidade de um acordo. E isso poderia, inclusive, manter os especuladores mais calmos.
“Talvez com a redução de área estimada ontem pelo USDA e com um acordo perto de ser fechado (o que vai garantir compras dos chineses para soja americana) pode ser que o mercado seja mais sensível a um potencial acordo do que a este cancelamento que terá que ser cumprido no futuro, caso o acordo seja assinado”, diz Veloso.
Assim, já se sabe que, por mais que estes números estivessem sendo muito esperados peo mercado, a conclusão ou não de um acordo e os detalhes sobre o que pode ser costurado pelas duas economias ainda carrega um peso maior no caminhar dos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago.
“Aí se começa a poder dimensionar como será a reduçaõ dos estoques nos EUA e como vai ficar o mercado internacional, que agora está embararalhado”, completa.
Milho
No mesmo intervalo, as vendas norte-americanas de milho totalizaram 6.056,5 milhões de toneladas, também dentro das expectativas do mercado que variavam de 4,05 a 7,25 milhões de toneladas nas últimas seis semanas. O México foi o maior comprador do cereal americano, respondendo por mais de 1,4 milhão de toneladas.
Foram vendidas ainda 55 mil toneladas da safra 2019/20, com origem opcional.
Os EUA já têm 38.344,0 milhões de toneladas do grão comprometidas com a exportação, contra 37,5 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado. O USDA estima que as vendas americanas somem 62,23 milhões de toneladas.
Trigo
No caso do trigo, as vendas do período em questão ficaram ligeiramente acima do esperado e somaram 3.574,8 milhões de toneladas. As projeções do mercado variavam entre 2,05 a 3,3 milhões de toneladas. O destino principal foi a Nigéria.
Fonte: Noticias Agrícolas