A epidemia de peste suína africana na China pode beneficiar exportadores de carne, como Estados Unidos, Canadá e Brasil. É o que avalia o banco holandês Rabobank, em relatório sobre o mercado global divulgado nesta semana. Para os analistas, o consumo do produto pelos chineses deve cair, mas não tanto quanto a produção em consequência da doença.
O relatório do Rabobank menciona que até 19 de novembro, haviam sido registrados mais de 60 casos de peste suína africana na produção chinesa. Segundo autoridades do país, o número já passa de 70 ocorrências à medida que a doença segue se espalhando pelo país. O banco lembra ainda que a maior parte das propriedades atingidas é de pequenos criadores, mas há também locais de produção em larga escala.
Diante da situação, os analistas desenvolveram três cenários. No menos pessimista, a produção suína chinesa deve ter uma queda de 2% a 4% em 2019. No intermediário, de 6% a 8% e no mais pessimista, algo entre 10% e 15%. Em todos, também é considerado um consumo menor, por causa da insegurança dos consumidores, preços e problemas de fornecimento.
“Uma redução no consumo é esperada em todos os cenários, mas não tanto quanto a produção. Em todos os cenários, exportadores – Estados Unidos, Canadá e Brasil – devem fornecer mais carne suína para a China em 2019. Mas isso depende das respectivas ofertas internas e da competitividade dos preços no mercado global”, avalia o Rabobank.
Em relação ao Brasil, a expectativa é de um crescimento de 4% a 5% na produção de carne suína em 2019. Com isso, as vendas do produto para o mercado chinês podem crescer 60% em relação o previsto para este ano, chegando a 256 mil toneladas. Só nos dez primeiros meses de 2018, essa alta foi de 247%, totalizando 132,9 mil toneladas.
Fonte: Globo Rural