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EVOLUÇÃO INVERSA

Os números divulgados pelo IBGE na última semana, relativos à evolução do volume físico de vendas no varejo brasileiro mostram, em relação aos supermercados, que a última vez em que houve crescimento das vendas em relação a idêntico período anterior foi no segundo trimestre de 2014, época (será que alguém ainda se lembra?) de realização da Copa do Mundo no País.

Pois a última vez em que a produção brasileira de frangos apresentou evolução negativa em relação ao mesmo período anterior foi, também, no segundo trimestre de 2014. Ou seja: de lá para cá o volume produzido só tem registrado evolução positiva, caminhando contrariamente às vendas que, desde meados de 2014 (terceiro trimestre), vêm registrando apenas evolução negativa.

Assim, por exemplo, no primeiro trimestre de 2015 as vendas físicas dos supermercados (dados divulgados na semana passada) foram 1,2% menores que a do mesmo trimestre de 2014. E como, no período, a produção de frangos aumentou 2,7% (volume estimado a partir da produção de pintos de corte), está explicado porque os preços do período também evoluíram negativamente em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Aliás, nos últimos quatro trimestres (12 meses), os preços do setor apresentaram íntima correlação com esses indicadores.

Assim – com certeza não por coincidência – a última vez em que o frango obteve ganho de preço anual expressivo (em relação ao mesmo período anterior, +13% no abatido e +16% no vivo) foi no segundo trimestre de 2014, ocasião em que a oferta caiu enquanto as vendas dos supermercados aumentavam.

A partir do terceiro trimestre a correlação se mantém, mas agora de forma inversa – o frango alcançando preços inferiores aos de idêntico período anterior.

Em outras palavras, não há segredo na situação atual. Pois enquanto a produção evoluir opostamente às condições de venda fica difícil (senão impossível) reverter as perdas que vêm se acumulando.

 

Fonte: Avisite



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