Para os tecidos vegetais, a atividade respiratória (consumo de oxigênio e liberação de CO2) é um dos parâmetros importantes na caracterização fisiológica, sendo um dos principais fatores intrínsecos determinantes do potencial de sua longevidade na fase pós-colheita. Nesse processo, a temperatura é o fator mais importante que influi na qualidade, por exemplo das frutas colhidas, por afetar significativamente a velocidade das suas reações biológicas.
O etileno (C2H4) é um composto volátil produzido por todas as plantas, e se difunde pelos espaços intercelulares e fora dos tecidos. É considerado o principal hormônio do amadurecimento, apesar de não ser o único. Suas concentrações variam entre as diferentes estruturas morfológicas e estádios de desenvolvimento. Mesmo em concentrações muito baixas pode induzir uma série de respostas fisiológicas, incluindo amadurecimento, senescência e desordens fisiológicas.
Apesar do efeito do etileno na regulação da maturação de frutos climatéricos – aqueles que podem amadurecer depois de colhidas, acredita-se que mecanismos reguladores moleculares dependentes e independentes de etileno coexistam nesses frutos. Por outro lado, os frutos não-climatéricos apresentam atividade respiratória relativamente baixa e constante, com ligeiro declínio após a colheita. Esses frutos não são capazes de completar o processo de amadurecimento, devendo ser colhidos maduros.
Rosa Frighetto, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariuna, SP) e uma das autoras do estudo, explica que, “diante da importância de quantificação destes gases para o avanço e desenvolvimento de novas tecnologias e formas de tratamentos de vegetais nas áreas de fisiologia e da pós-colheita, o estudo descreve as modificações propostas na coleta, as injeções e a modernização do equipamento para mensuração, com foco na quantificação mais rápida e eficiente”.
O trabalho comprovou que modificações na configuração do cromatógrafo a gás permitem a análise simultânea de CO2 e de C2H4, com redução de tempo analítico e aumento da repetibilidade amostral. A segunda e importante modificação foi no sistema de coleta e processamento de amostras, que confere maior praticidade, agilidade e flexibilidade no volume amostrado, possibilitando ao laboratório melhor organização no seu processamento.
Fonte: Embrapa