O etanol de milho tende a ter papel ainda mais estratégico nas ações brasileiras de descarbonização a médio prazo. A constatação foi consensual entre os palestrantes da mesa redonda realizada hoje à tarde durante a TECO 2020.
“Abastecer com etanol é uma atitude de educação ambiental, muito mais do que uma escolha motivada por preços. Além de ser um combustível limpo, ainda tem um fator de impulsionamento socioeconômico no Brasil, porque movimenta várias outras atividades econômicas” – observou Guilherme Nolasco, presidente da Unem.
Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, o Brasil emprega milho de segunda safra na produção do etanol. Na prática, isso significa aproveitamento de área agrícola e uma pegada de carbono menor. Além disso, como as usinas de etanol de milho também produzem farelos proteicos (DDG, DDGS), outros segmentos produtivos são aquecidos. É o caso da pecuária bovina, suína e avícola, que passam a ter mais opções para a intensificação e confinamento de animais.
Outro diferencial é que nos Estados Unidos é frequente o uso de gás de origem fóssil para fabricar etanol de milho. Aqui, no Brasil, as usinas utilizam biomassa em co-geração de energia, o que acaba tendo dois efeitos positivos. O primeiro é que as indústrias se tornam autossuficientes, produzindo excedentes que podem ser comercializados para o sistema nacional de distribuição de energia. O outro ponto positivo é o impacto positivo sobre o setor de florestas plantadas, que passa a ter nas usinas novos parceiros comerciais.
Fonte: Unem