Para levantar informações sobre a produção de hortaliças e frutas no País, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e o Programa Hortifruti Saber & Saúde, com apoio do Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort), lançaram nesta quarta (31) o estudo inédito “Perfil Tecnológico do Produtor de Hortaliças”.
O documento traz o panorama nacional da produção de frutas e hortaliças e foi apresentado às entidades do setor, Federações de Agricultura e Pecuária e governo.
“O estudo vai nos dar uma visão mais ampla da produção de frutas e hortaliças no Brasil. Iremos trabalhar esses dados para transmitir segurança ao consumidor e agregar valor ao produto que ele está levando para casa”, afirmou Bruno Lucchi, superintendente Técnico da CNA.
A pesquisa levantou as práticas culturais e de manejo fitossanitário, os métodos predominantes de irrigação, uso de fertilizantes e fertirrigação em frutas tropicais e temperadas, raízes tubérculos, grãos, folhas e flores. O trabalho contempla 24 culturas, como abacaxi, banana, mamão, maçã, batata, cebola, alface e repolho, entre outras.
“Ficou muito claro que temos um potencial grande para aumentar nossa produção de hortifrútis à medida que aumentamos o consumo, que ainda é muito baixo no Brasil,” avaliou o presidente da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA e da Abrafrutas, Luiz Roberto Barcelos.
Ele destacou que os dados vão embasar a criação de uma estratégia para informar a população sobre a importância do consumo de hortifrútis.
“Precisamos mostrar para a sociedade que a gente produz alimentos saudáveis e quanto mais a população se alimentar de hortifrútis, mais combaterá uma série de doenças que a falta do consumo de hortifrúti causa. Com tudo isso, teremos uma população mais saudável e mais longeva, com a geração de mais emprego e mais renda”.
Melão
O relatório revelou que em culturas como mamão, melão e brócolis, por exemplo, o índice de produtores altamente tecnificados supera 50%. O levantamento aponta ainda que a horticultura brasileira se beneficia da utilização de técnicas de irrigação que evitam desperdício de água, como gotejamento e microaspersão. Além disso, mostra que o uso de fertilizantes se destaca por propiciar uma lavoura que demanda menos defensivos químicos.
“A ideia do estudo surgiu porque precisávamos de dados do setor que é bastante complexo, com uma distribuição muito grande no País. Quanto mais informações, mais podemos falar sobre a sua importância, empregos que gera, o tamanho dessa produção e, com isso, trabalhar mais próximos as necessidades do setor”, afirmou a coordenadora executiva do Programa Hortifrúti Saber & Saúde, Adriana Brondani.
Adriana Brondani, coordenadora do programa Saber & Saúde
O Saber & Saúde foi criado em 2017 e é resultado de uma parceria inédita entre diversos atores da cadeia produtiva, como a CNA.
“A intenção do programa é promover estudos para que tenhamos todo ano uma informação sobre o setor para auxiliá-lo cada vez mais e deixar os consumidores mais informados sobre a importância da produção de frutas e hortaliças no Brasil”, ressaltou Adriana.
Na avaliação do presidente da Confederação Nacional de Bananicultores, Jeferson Magário, os dados apresentados serão importantes para promover uma agenda positiva para o setor e principalmente para a cadeia da bananicultura, que ainda é pouco tecnificada.
Banana
“Temos um baixo nível de tecnologia ainda e justamente por esse motivo estamos aqui buscando parcerias para poder melhorar e fazer essas tecnologias chegarem aos produtores de todo o País. Com mais tecnologia você vai usar menos insumo para a mesma produção que tem hoje, porém, respeitando o meio ambiente e produzindo com sustentabilidade.”
Fonte: CNA – Conselho Nacional de Abastecimento