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ESTUDO APONTA RELEVÂNCIA DO SETOR DE TABACO NO BRASIL

Municípios em que o tabaco tem uma presença relevante apresentam indicadores melhores de condição de vida e de bem-estar da população local. A conclusão é do estudo Relevância do setor do tabaco no Brasil, elaborado pela Tendências Consultoria Integrada a pedido do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) que avaliou indicadores econômicos e sociais com objetivo de quantificar, por meio de dados públicos, a importância do setor sob a ótica econômica e social.

Produção x renda

A cultura é basicamente concentrada na Região Sul do País (98%) e muitos municípios brasileiros dependem do tabaco para a geração de empregos e de renda. Estudo conduzido em 2016 pela UFRGS reportou que nos três Estados em que há produção de tabaco, os produtores apresentam uma renda média superior ao conjunto da população geral desses mesmos Estados e também a do brasileiro (64% superior).

Segundo dados do IBGE para o ano de 2017, o cultivo do tabaco mostra relevância dentro da renda do setor agropecuário brasileiro, com o seu valor total sendo da mesma ordem que o de culturas como o feijão, algodão, banana e arroz. Dentro da região Sul, os resultados são ainda mais expressivos, com o valor total de produção do tabaco se equiparando à cultura do arroz, do milho e das carnes suína e bovina.

“O preço do produto é elevado em comparação com outras culturas agrícolas e isso se torna ainda mais relevante considerando que a cultura do tabaco é predominantemente familiar e realizada em pequenas propriedades, em áreas inferiores a 5 hectares, o que viabiliza a permanência das famílias no campo. Nos últimos 20 anos, o hectare plantado com tabaco apresentou aumento no rendimento de 2,4% ao ano em média. Se compararmos com a soja, produto extremamente mecanizado, caracterizado pela grande escala e que tem maiores possibilidades de crédito e de investimento, o rendimento do hectare no mesmo período foi 1,9% ao ano, ou seja, abaixo do que o observado com o cultivo de tabaco”, destaca Rocha.

Exportação

Analisando o mercado internacional do tabaco, o Brasil é o líder mundial em exportações do produto desde 1993. De acordo com dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC/Secex), o volume de embarques brasileiros de tabaco passou de 409,5 mil toneladas para 462,2 mil toneladas entre 1997 e 2017, indicando crescimento médio de 0,6% ao ano. Quanto às receitas do setor, o avanço médio foi de 1,2% ao ano, passando de 1,7 bilhão de dólares em 1997 para 2,1 bilhões de dólares no ano passado.

Em relação à balança comercial brasileira, os embarques de tabaco representaram 1,0% das exportações totais do País no ano passado, em termos de receita.

“Esse número pode parecer baixo, mas é preciso atentar para o fato de que a pauta de exportações brasileiras é muito diversificada. A cana-de-açúcar, por exemplo, que é uma cultura muito tradicional e que se distribui muito bem em todas as regiões brasileiras, correspondeu a 5,2%. Então, esse 1% não é tão pouco como parece”, analisa o economista Felipe Novaes da Rocha, da Tendências.

Para efeitos comparativos, o café representou 2,1%, suco de laranja e papel 0,9%.

É possível notar a grande importância do Sul em relação ao total exportado pelo País, com participação média de 99,4% entre 2008 e 2017, em termos de volume. Dentre os estados, o Rio Grande do Sul se destaca como o que mais exporta tabaco da região – e sobretudo, do País -, sendo responsável por 80,0% da quantidade embarcada pelo Sul em 2017 e 79,4% do volume total de tabaco brasileiro exportado no período. Observando as exportações brasileiras de tabaco em 2017, três países, juntos, foram responsáveis por 34,1% dos embarques no período: Bélgica (com 72,2 mil toneladas), Estados Unidos (44,1 mil toneladas) e China (41,2 mil toneladas).

Bem-estar social

Ao avaliar aspectos de bem-estar social das cidades produtoras, tomando como base dados do DATASUS e da RAIS (2016), o estudo destacou os baixos índices de mortalidade infantil e de homicídios, bem como o menor abandono escolar nos municípios produtores de tabaco em comparação com os demais.

“A taxa de mortalidade infantil é um indicador síntese para mensurar uma série de outros aspectos, como saneamento básico e infraestrutura de saúde. Os resultados mostram que os municípios de alta especialização têm uma taxa de mortalidade infantil bem inferior ao restante do conjunto da população. Não só é baixo como também diminui num ritmo maior”, destaca Rocha.

A violência e a criminalidade são problemas enfrentados em todo o País. “O Sul já apresenta uma taxa de homicídio inferior em comparação com a média Brasil; mas, adicionalmente, os municípios de alta especialização no cultivo de tabaco apresentam uma taxa ainda mais baixa”, destacou o economista.

No que tange ao nível educacional dos produtores de tabaco, observa-se que este é maior em relação ao dos demais produtores agropecuários do Brasil, com o primeiro grupo mostrando que 58,5% dos trabalhadores da cultura do tabaco ingressaram no ensino médio (com 33,7% tendo o fundamental incompleto e 3,5% apenas com o fundamental completo), ao passo que esta porcentagem para os demais trabalhadores rurais do Brasil é de 33% (43,8% com o fundamental incompleto e 15,9% com o fundamental completo).

“No aspecto da educação, avaliamos a taxa de abandono, que é um indicativo inclusive de trabalho infantil. Nesse sentido, merece destaque o fato de que os municípios de alta especialização no cultivo de tabaco apresentam uma taxa de abandono menor que os demais em todas as etapas de educação”, ressalta.

Fonte: SINDITABACO



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