Um estudo desenvolvido por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, apontou que, a longo prazo, algumas hortifruticulturas podem ter mais rentabilidade econômico-financeira que a produção de grãos. Devido à importância, principalmente no âmbito da agricultura familiar, o trabalho foi aprovado pelos organizadores e apresentado no 57º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober), realizado na semana passada, na Universidade de Santa Cruz, em Ilhéus (BA).
De acordo com o técnico do Deral Salatiel Turra, a produção de alimentos na agricultura é uma atividade sujeita a variações climáticas (céu aberto), de mercado (concorrência) e ao uso de diferentes níveis tecnológicos (processo produtivo). “Por isso, os técnicos trabalharam com uma análise de longo prazo, levando em conta os principais indicadores que possibilitam ao gestor adotar alternativas de produção e a usar instrumentos adequados”, destaca.
O trabalho ressalta que “especificamente, procura-se estudar os indicadores de custos de produção e análise de investimentos que seriam mais robustos para produzir com sustentabilidade”.
TOMATE – Com o auxílio dos bancos de dados do Governo do Paraná, particularmente do Deral e da Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa), foram levantados os custos e os preços da soja e milho entre as culturas extensivas de grãos, e de melancia, banana, batata e tomate entre os hortifrúti. O comparativo e a projeção foram elaborados tendo em vista o período entre um e seis anos de produção.
O técnico do Deral Derli Dossa explica que primeira conclusão do estudo foi que as variações de preços, de produtividade, da demanda dos consumidores e da intensidade de uso das inovações favorecem em termos de rentabilidade a produção de hortaliças e frutas em relação à produção de grãos. Além disso, os analistas perceberam que a margem bruta, no trabalho – considerada como a receita total menos os custos operacionais – é maior na produção do tomate.
“Por consequência, ao analisar o retorno de investimento num prazo de seis anos, essa foi a cultura mais promissora com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) bastante favorável”, acrescentou Dossa. A TIR compara o investimento inicial com as despesas futuras projetando um potencial retorno.
NO PARANÁ – A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento foi representada no congresso pelos técnicos Salatiel Turra, Derli Dossa, Larissa Nahirny Alves e Jovir Esser. Além da apresentação do trabalho e de uma visita técnica à fazenda de produção e beneficiamento de cacau, eles participaram de plenária em que defenderam o Paraná para sediar o 58º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. O resultado foi positivo. O evento será realizado em julho de 2020 no campus da Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), em Foz do Iguaçu.
A Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober) é uma das principais entidades científicas do setor rural no Brasil, com reconhecimento internacional. O congresso trará ao Estado renomados especialistas brasileiros e estrangeiros, além de professores universitários, pesquisadores e estudantes para discutir os avanços na agricultura.
Fonte: AE Notícias
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