Em uma safra marcada por aumento nos preços dos insumos, por conta da alta do dólar, e restrição de crédito dos bancos, que já atuam com juros maiores, as companhias do setor traçam estratégias para pelo menos garantirem a manutenção dos resultados obtidos em 2014 e não fecharem no vermelho.
Antonio Carlos Zem, presidente da FMC no Brasil, conta ao DCI que há uma dificuldade para emplacar negócios.
- O setor de insumos vem sofrendo muito. Com o aperto financeiro, os clientes demandam preços mais baixos e prazos mais longos, o que leva a uma perda de rentabilidade – diz.
Neste cenário, a estratégia da empresa é atuar em parceria com as usinas, principalmente financeira, e no fornecimento de tecnologias para ganho de produtividade.
De acordo com o executivo, foram estendidos os prazos de compras parceladas e o financiamento direto também aumentou. Com isso, a expectativa é encerrar 2015 no mesmo patamar de resultados do ano passado, quando o faturamento do segmento agrícola da FMC no País atingiu US$ 904 milhões.
Setor canavieiro
O diretor global de cana-de-açúcar da Syngenta, Daniel Bachner, acredita que a cadeia produtiva da cana vai apertar ao extremo a demanda por insumos, porém, a melhora nos preços de venda do etanol tem ajudado as usinas na recuperação de caixa. Sendo assim, abre-se uma lacuna para investimento em tecnologia agrícola para produtividade.
- Vemos que tem crescido o uso de produtos como maturadores, mudas pré-brotadas e herbicidas para a época úmida, em vista do alto volume de chuvas dos últimos meses. Estes são mercados que nos ajudaram, até agora, a manter a demanda por produtos na mesma proporção que a do ano passado – comenta Bachner.
- Sempre utilizamos inovações em modalidades de venda, como a troca de etanol com as tradings, que fazem um processo de triangulação junto ao produtor. Na geração de energia isso também funciona. Se você não tem caixa, me diga o que tem e fazemos a comercialização. Isso já faz parte do nosso DNA – acrescenta o executivo sobre as estratégias da Syngenta.
Sobre o setor sucroenergético em si, o presidente da FMC mantém projeções otimistas quanto à recuperação das usinas puxada pelo biocombustível. Para ele, a modificação na política de preços da gasolina, citada pelo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, nesta semana, deve ser colocada em prática, favorecendo o consumo de etanol.
Fonte: DCI